Este ano tive presentes nas minhas formações de gestão de páginas de Facebook consultores de 3 das Top 10 agências de comunicação. Todos participaram com o mesmo objectivo: adquirir conhecimentos para começar a gerir as redes sociais de alguns dos seus clientes de consultoria em comunicação. Isto é, além da função de consultor de comunicação/assessor de imprensa, passam a acumular a função de gestores de redes sociais.
(Imagem de Lera Blog)
Tenho tentado perceber o porquê desta tendência. Se numa fase inicial as agências criaram departamentos independentes de comunicação online, agora estão a delegar esse tipo de trabalho para os seus consultores de comunicação (tradicional). Será por uma questão de redução de custos? Será pela crença de que pelo facto de conhecerem bem o cliente o irão fazer/gerir melhor?
A isto acrescento outras questões:
- Estão os consultores de comunicação habilitados para fazer a gestão de redes sociais dos seus clientes?
- Terão os consultores tempo para fazer uma boa gestão,que exige muito tempo, muitas das vezes trabalho em horário pós-laboral e aos fins-de-semana?
- Terão os consultores tempo para se manterem actualizados na área, à velocidade a que tudo muda?
Assumir que alguém que sabe escrever bem será um bom gestor de redes sociais é errado. Um escritor de romances não será por consequência um bom RP. Um bom RP não será por consequência um bom gestor de redes sociais, apenas porque sabe escrever. Conhecimento profundo das plataformas, capacidade analítica são alguns dos requisitos básicos desta gestão que poderão estar a faltar a estes profissionais.
Fica o aviso para as agências de comunicação que têm adoptado esta estratégia: será difícil manterem-se competitivos e actualizados e concorrerem com empresas especializadas em social media ou com empresas com departamentos com profissionais especialistas na área.
Não é que me queira picar com o Rodrigo relativamente a informação relevante sobre as RP, mas acabou de sair o "Report" do CIPR sobre o estado da profissão 2013, que pode ser descarregado aqui. O relatório mostra uma profissão dividida, partida, em crise de identidade face aos novos ventos do milénio e da realidade empresarial desta década. Uma profissão que se está a perder, à medida que outras ocupam, na prática, as suas franjas. Curioso dado...cerca de 76% dos profissionais em Inglaterra não têm qualquer qualificação académica. A reflectir profundamente: que profissionais somos, que profissionais queremos ser, qual é afinal de contas a nossa mais valia, e o que é que as universidades devem fazer para preparar os futuros profisisonais? Ultima pergunta, face aos dados apresentados, as RP estão a caminho de se tornar numa arte ou uma ciência? Uma coisa é certa, as RP estão num "enorme crossroads".
(sim voltam os "obamaniacs", mencionados aqui)
Pete Souza é o fotógrafo da Casa Branca mas facilmente poderia ser o Relações Públicas! "Uma imagem vale por mil palavras" e as fotografias "não oficiais" que partilha nas redes sociais, fazem muito pela imagem de Barack Obama e da Casa Branca...
Se não sabem do que estou a falar, sigam-no no Instagram.
Todos sabemos que hoje é redutor não apresentar ao cliente "clipping/monitorização online" (o que muitas empresas denominam também de ORM - Online Reputation Management).
Um PR é enviado para os meios, é publicado na versão impressa, mas a repercursão que pode assumir online poderá ser muito maior (o que valoriza o trabalho da agência). Por repercursão estou a referir-me à publicação na versão online do jornal, aos comentários, partilhas e a todos os artigos e menções, em blogs, fóruns, Twitter,... que se encontram.
Nos resultados, poderão mencionar ao seu cliente que o PR não gerou apenas 4 notícias nos meios X, Y, Z, P (online e offline) mas que, para além disso, foram escritos 10 artigos em blogs + 30 referências em fóruns + 600 referências no Twitter,... Para além desta quantificação, ainda poderá colocar mais informações tais como quantos foram os líderes de opinião que partilharam a notícia no Twitter (as formas de o medirmos o que é um líder de opinião são diversas), o número diário de visitas dos blogs que escreveram sobre aquele assunto, quantos comentários gerou nos blogs, e até se despertou mais sentimentos positivos ou negativos, no geral.
E como o fazer?
O objectivo deste artigo é dar a conhecer algumas boas ferramentas de monitorização online (que são também óptimas para as agências que prestam serviço de "prevenção e gestão de crise").
1. Radian6 - ferramenta da SalesForce e das minhas favoritas. O valor a pagar dependerá do número de utilizadores e menções. Embora não mencionem o valor no website, contem pelo menos com 450 euros mensais.
2. Brandwatch - esta ferramenta é a preferida de muitas agências e profissionais. Durante muito tempo a monitorização de keywords em língua portuguesa era muito limitada no Radian6 e o Brandwatch tinha alguma vantagem. Os valores começam em 600 euros mensais.
3. Sysomos - nunca usei esta ferramenta mas foi-me recomendada em vários contextos. Tenho-a como sendo "o Jaguar" das ferramentas de "social listening" e tenho a certeza que isso se reflete no preço (o que não tenho presente nem encontrei no website)
Para além destas ferramentas de "social Listening" existem muitas outras (simplify360, Lithium, Engagor,...). As que mencionei são as que considero as melhores, porque as experimentei ou me recomendaram. Se usa alguma, por favor, deixe a sugestão nos comentários.
Peçam um free trial ou demo.
O Eurobest é um festival europeu de criatividade e este ano teve lugar em Portugal. Até aqui nada de novo.
Sendo um festival de criatividade é, na cabeça das agências de RP, o festival para os copys e os designers.... como grande parte das agências de Relações Públicas e Consultoria de Comunicação não os têm na equipa, ou acham o que seu trabalho não deve ser criativo mas funcional, deixam essa parte para as agências de Publicidade. Essas sim, devem ter pessoas com aspecto dúbio, que só de os observarmos cheiramos a criatividade!
ERRADO!
O Eurobest é um evento onde qualquer pessoa de comunicação (e muitas outras áreas) deveria estar presente! É verdade que se foca muito em publicidade, nos mais diversos formatos, mas também aborda a necessidade de criatividade em toda as áreas de comunicação e mesmo a integração entre as várias áreas (já aqui o Salvador da Cunha tinha falado dessas duas tendências/necessidades).
Vou dar-lhes um exemplo:
A V-energy, marca de bebidas energéticas, tendo por base o conceito "precisas de energias positivas" criou o V-hab! O V-hab é um centro de reabilitação para os trolls da Internet. No V-hab podem identificar trolls, e até traduzir comentários menos agradáveis para algo divertido.
Esta campanha, que envolve criatividade e internet (ou seja, que a priori as pessoas categorizariam como "uma campanha de agência digital"), foi apresentada pelo cliente (muito satisfeito) e por uma pessoa da agência. Apresentaram todo o processo, identificando um caso em que foi identificado um comentário desagradável de/sobre um famoso e que o aproveitaram para criar buzz sobre a campanha nos meios de comunicação tradicionais...isto é, o responsável do projecto viu a oportunidade e "virou-se para o seu colega da frente, responsável pela área de Relações Públicas" para partilhar o acontecimento e ideia.
Isto poderá parecer básico, mas em quantas agências e clientes portugueses isso poderia acontecer? Quando estudamos na faculdade comunicação integrada, como foi o meu curso, idealizamos que um mercado repleto de agências que incorporassem RP, Publicidade, Marketing Directo, Eventos,... e não "fábricas de comunicação", em que cada um produz uma parte e nem sempre o produto final sai perfeito...
Aqui ficam os meus 50 cents sobre este assunto.
Um blog interessante, e com bons artigos sobre a área de Relações Públicas, feito por estudantes de Relações Públicas para outros estudantes da mesma área.
Para os nossos leitores-estudantes, aqui fica a sugestão:Studypr.
Os nossos políticos estão num pedestal que os tornam inacessíveis e seres não-humanos, uma espécie de deuses em corpos de mortais! Tirando as feirinhas (que muitos tanto gostam) acredito que terminam os seus afazeres políticos e apanham um autocarro (desculpem, em Portugal é carro com motorista) para a "aldeia dos políticos"... Os nossos políticos não brincam com animais, não vêem futebol,... o seu único momento de diversão são os plenários da Assembleia da República.
Pelo menos parece ser o que nos querem fazer crer! Muitas vezes critiquei a frieza da sua comunicação (nomeadamente nas redes sociais) e esta introdução não passou de mais crítica a esse afastamento.
Por outro lado, o objectivo deste artigo é partilhar a excelente acção de Jens Stoltenberg, primeiro-ministro norueguês. Stoltenberg vestiu o uniforme de taxista e andou a conduzir um táxi pelas ruas de Oslo, de forma a conhecer a opinião dos votantes. Esta acção, partilhada hoje na página de Facebook do político, pode não ter sido mais do que uma acção de Relações Públicas mas que é uma magnífica acção lá isso é...
A notícia aqui.
Estão abertas as inscrições para a Young Lions Competition 2012 e, como tem vindo a ser hábito, haverá uma primeira fase de selecção dos representantes portugueses das mais diversas categorias, e uma segunda fase de competição entre representantes dos vários países, em Cannes.
Nesta edição, à semelhança do que aconteceu no ano passado, haverá uma categoria de "Relações Públicas"! Não podemos deixar de felicitar a APPM, Sponsor Oficial da categoria e a organização por contemplar a área em tão prestigiada competição!
Fica o desafio para todos os que têm até 28 anos, à data do Festival Cannes Lions, e trabalham em alguma empresa de comunicação, publicidade ou relações públicas, sedeadas em Portugal.
Podem consultar aqui o regulamento, e fazer aqui o download do briefing. Estão abertas incrições até dia 2 de maio!
O vencedor, como não poderia deixar de ser terá como oferta a inscrição na 58ª Edição do Festival Cannes Lions, viagem e hotel em Cannes.
Quem se atreve?
Nota: Artigo rectificado pelas 16 horas do dia 23 de abril.
Ouvi, na passada sexta-feira, que o filho de um conhecido lhe dissera que, apesar das excelentes notas e o gosto pela medicina, não queria ser médico porque isso obrigá-lo-ia a lidar com pessoas. Optou por medicina veterinária.
Esse momento serviu de reflexão.
Entre muitas outras profissões da área das ciências humanas temos as Relações Públicas, onde saber lidar com as pessoas é um requisito obrigatório. Entendê-las e saber falar com elas são competências exigidas a qualquer profissional desta área, e disso ninguém duvida.
A maioria dos cursos de comunicação são já dotados de um grande número de cadeiras da área da psicologia, sociologia ou mesmo da antropologia, o que mais do que um acréscimo de valor é um requisito básico para cursos desta área.
Para aqueles que nunca tiveram essas cadeiras ou já não se recordam do seu conteúdo, deixo-lhes aqui um vídeo que compila algumas teorias de comportamento grupal, subjugadas ao tema “conformidade”, abordando autores como Solomon Asch e Muzafer Sherif.
(vídeo obtido através de Armando Alves)
Quando fui para a faculdade, em 2005, acreditava que me tornaria uma grande marketeer!
Nessa altura defendia que as Relações Pública eram apenas uma ferramenta do Marketing e tive discussões acérrimas sobre o tema, com pessoas como o Rodrigo Saraiva. O tempo e o contacto com o mercado do trabalho mudou a minha visão acerca desse assunto e hoje aqui estou… Não sei se sou/ serei uma Relações Públicas, já que não consigo abandonar Kotler , Porter e outros autores tanto da área de Marketing, como da área de Gestão , mas tenho a certeza de que não sou, nem aspiro ser, uma pura Marketeer.
Não consegui encontrar nada melhor para me apresentar nem nada mais representativo do que foi o meu progresso. Apesar das experiências que fui tendo, este episódio relatado foi dos marcos mais importantes na minha vida profissional. Subtilmente as RP convenceram-me!
Foi com enorme satisfação que recebi o convite para escrever no PiaR e me juntar a comunicadores como o Alexandre Guerra, António Marques Mendes e Rodrigo Saraiva. Tenho a certeza que este desafio se tornará numa óptima experiência e me proporcionará uma enorme aprendizagem. Aproveito para apelar à troca e à partilha de ideias e opiniões, para que esta aprendizagem seja ainda maior.
do métier
o que é nacional é bom
directórios
torre do tombo
lá por fora
David Brain's Sixty Second View
bibliotecas
movimentações
fora da caixa