Manifestação e Adriana, Diana e Cacharel, rankings, especial agências no Diário Económico, Upload … são alguns dos temas que gostava de ter abordado aqui neste poleiro, mas a disponibilidade para escriba tem sido pouca.
Felizmente para quem acompanha este blog há mais tempo ou me vai lendo em outras plataformas, consegue ter noção do que penso sobre os temas. Quem não o faz pode sempre recorrer às tags ali na barra da direita e recuperar o muito que aqui já foi dito sobre algumas temáticas, em especial os rankings.
Ainda assim umas notas curtas.
Manifestação: embora seja um bom exemplo de como as pessoas estão cansadas dos políticos e do poder das redes sociais, convém não esquecer, tal como quando da Geração à Rasca, as manifestações só atingiram a enorme dimensão que atingiram, pois os media tradicionais ajudaram a potenciar. Para quem analisa na perspectiva da comunicação, conclui-se que o poder está na conjugação do mundo novo com o mundo antigo, entre os novos media e os media tradicionais.
Cacharel: Demasiado e desfocado ruído e indignação. Focando: quando o menino (a marca diz que foi à sua revelia) resolveu dar as entrevistas ultrapassou uma linha que não deveria. Se os media tivessem feito reportagem sobre os tais cartazes e faixas que andavam a ser disseminados, como se costuma dizer “azar”. A partir do momento que o menino deu a cara e manteve a história, passou de enredo a mentira. Ainda sobre a campanha e tendo em conta as similaridades com uma tal campanha da nokia no Brasil, resta dizer que a CRIAtividade foi substituída pela CÓPIAtividade.
Rankings: haverá mais a acrescentar? A tarefa de fazer um ranking é perto do impossível. Pelo menos tendo em conta diversos critérios que não apenas vendas e facturação (este é o critério mais fácil, que ainda vai sendo possível). Número de recursos humanos ou tempo médio de permanência de clientes são alguns dados pertinentes que deveriam ser tidos em conta. E para além da divergência de opiniões e interesses existentes no mercado, haverá sempre a questão que nem todas as Agências / Consultoras prestarem os mesmos serviços. Sobre este tema podem sempre recuperar a tag ranking.
Especial no Diário Económico: para o sector o resultado final não me parece positivo. Muito por culpa própria, mas também da parte do jornal. Se tenho de ler no editorial “Conhecer as redacções o melhor possível é essencial para o trabalho das agências. Mas esse é um objectivo que ainda falta atingir em muitos casos.”, o que percebo, também não posso deixar de dizer que fazer especiais requer que se conheça de facto o sector em análise. Nas culpas próprias dos profissionais de Conselho em Comunicação as habituais tricas, mas o que mais me choca é o “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. Então quando se metem a falar de preços baixos praticados por concorrentes é um festival. Enfim.
Upload Lisboa: esgotaram os bilhetes! É preciso dizer mais alguma coisa? Os organizadores estão de parabéns.
Tem sido muito interessante analisar o pós apresentação do ranking da APAP. Embora as reacções estejam a ser quase apenas focadas nas agências e profissionais da publicidade deve-se recordar que a APAP tem como associadas diversas agências / consultoras de comunicação. Mas para além das palavras, que me parecem certeiras, da Sofia Barros, secretária-geral da APAP, foquemo-nos então apenas na publicidade e nas reacções.
"Como em todos os negócios temos de evoluir para sobreviver. Mas há um perigo muito real que a pressão conjunta de um enorme push para a poupança de custos do lado dos clientes e o dumping de preço feito por agências irresponsáveis irá simplesmente levar a que a nossa indústria seja vista como fornecedor genérico de conteúdos para canais diversos, desvalorizando a contribuição que as ideias e a inovação podem trazer para as marcas e serviços". – Tim Solomon, CEO da Ogilvy & Mather Portugal
"Há agências (…) a mais em Portugal" - Lourenço Thomaz, director criativo e fundador da Partners
"Em momentos económicos difíceis como os de hoje, onde uma enorme retração está a ter lugar, infelizmente, é expectável que algumas agências estejam a lutar pela sobrevivência." - Anthony Gibson, presidente do grupo Publicis Portugal
"Só duas ou três 'verdadeiras' agências (…) sairão da crise incólumes" – Ricardo Monteiro, Vice-presidente mundial da Euro RSCG e CEO de Portugal
Porque é que isto me soa a familiar?
E finalmente, 4 meses depois do habitual, é publicado o ranking das Consultoras de Comunicação, tendo como factor de análise a facturação.
Embora haja algumas mudanças, como a descida da F5C, Imago e Unimagem, a troca de posições entre a JLM e Parceiros e a descida da barreira do milhão da C&C e Frontpage, esta última também derivado da sua integração na Lift, o panorama do mercado nacional não apresentou grande alteração. Em termos globais, como expressa o artigo, o grande diferencial está nas presenças internacionais, com uma aguardada e relevante descida, como aqui tinha referido e com a preocupação do que agora se poderá dizer mediaticamente.
Todos estes resultados do sector não me surpreendem. Aguardo sim, com curiosidade e expectativa, os resultados do ano corrente, que acredito venham a demonstrar já consideráveis mudanças, quer em termos globais como de algumas consultoras.
Os próximos 2 anos, que com o corrente serão 3, irão demonstrar um sector diferente, seja pela conjuntura económica, erros acumulados ou por apostas estratégicas de algumas Consultoras, seja nos recursos humanos, em aquisições ou as já conhecidas fusões que tiveram lugar e outras que possam vir a acontecer.
Aguardamos agora as notícias dos jornais económicos, sempre atentos a este tema.
No ano passado só em Novembro demos nota do ranking mundial 2010 das PR Agency, elaborado pelo The Holmes Report.
Tendo em conta os resultados de 2009 a liderança cabia à Weber Shandwick, consultora pertença do grupo Interpublic e presente em Portugal através de parceria com a D&E. Desta feita, seguindo análise a informações de 2010, o topo da tabela cabe à independente Edelman, presente em Portugal através de acordo de afiliação com a GCI.
No Top10 esta é a grande novidade, sendo de destacar que todas apresentam crescimento nos resultados. Destas 10, acreditando em informação presente em sites e transmitida em tempos em notícias, todas acabam por ter um dedinho em Portugal. Mas presença directa (com escritório próprio) só duas, a Hill & Knowlton, que sobe um lugar, segundo a notícia devido à fusão com a Public Strategies, e a Ogilvy PR.
No ano passado eram referidas 3 consultoras nacionais, mas neste ranking só duas se mantêm. O Grupo Lift, que desce 15 lugares (de 124º para 139º), pese embora (se os olhos não me enganam) apresente o maior aumento percentual de resultados financeiros de toda a tabela, e a C&C com descida de resultados e também de lugares (de 174º para 244º). A ipsis não surge nesta edição.
De consultoras com presença directa em Portugal (mais uma vez se os olhos não falham) encontramos ainda a Porter Novelli (15º), Lewis PR (38º), Inforpress (80º) e Tinkle (117º).
A KREAB Gavin Anderson surge em 21º, mas nunca sei se considero a sua presença em Portugal como directa ou indirecta.
Para quem acompanha o sector em Portugal, há ainda a nota curiosa da presença da Llorente & Cuenca em 51º, sendo a primeira espanhola.
A falta de presença de mais informação de empresas nacionais deve prender-se com duas principais razões. Por um lado não somos um mercado suficientemente atractivo para que o The Holmes Report tente ter mais informação, por outro nem as muitas empresas nacionais, nomeadamente as maiores, nem qualquer associação se mexem para que isso seja uma realidade. Pode não parecer, mas custa-me mais a primeira, pois a relevância não se adquire apenas pela dimensão.
E nós por cá? Como ficou o ranking referente a 2010?
Gosto de seguir o ranking “Os mais poderosos da economia portuguesa” elaborada pelo Jornal de Negócios. Já no ano passado segui com gosto. É uma iniciativa muito interessante.
Pensava eu que quando se iniciava a publicação já a tabela estava feita. E provavelmente até está. Mas ao ler o texto que substancia a designação de hoje a dúvida fica. Não porque não considere justos os elogios e factores apresentados sobre António Nogueira Leite, mas apenas porque aquando do inicio da publicação ainda não existia o factor mais referenciado no texto, a nomeação para a administração da CGD. A dúvida aumenta quando no quinto parágrafo é feita analogia à nomeação de Francisco Bandeira para o ranking de 2010.
Mas fico satisfeito com a entrada do António Nogueira Leite nesta tabela, tal como fiquei com a sua nomeação para a CGD. O currículo académico e profissional (e até o político) falam por ele. Ponto. Todos os dedinhos que por aí andam apontados não são mais que invejas e tacanhez.
Nota curiosa para quem analisa a vertente comunicacional. Este ranking apresenta aqueles que são os "amigos", "inimigos" e "aliados". Nestes últimos de António Nogueira Leite, o Negócios coloca as "Redes Sociais", visto que no facebook tem o máximo de amigos permitidos (os 5000) e por ser das personalidades públicas mais activas nas redes sociais.
a ver: vídeo onde Pedro Santos Guerreiro explica a iniciativa.
A Associação Portuguesa das Agências de Publicidade, Comunicação e Marketing (APAP) centralizou dados dos seus 48 associados de maneira a disponibilizar ao mercado um ranking «relevante na caracterização do sector». Segundo Susana Carvalho, presidente da APAP, «até aqui, outros modelos de análise têm vindo a basear as suas conclusões em variáveis pouco representativas, deixando de fora indicadores que consideramos mais fidedignos, como o volume de negócios, o EBIDTA ou a estrutura humana». Para esta profissional, o ranking que agora apresentam tem também a possibilidade de fazer comparações entre associados da mesma área e entre todos, tendo por base as contas que as empresas apresentam ao Estado.
In Marketeer.
Isto é uma iniciativa que merece a sua análise mais cuidada. Mas, sendo eu um defensor de rankings, não posso deixar de, desde já, aplaudir esta iniciativa da APAP.
Poderá ser algum fenómeno meteorológico ou, talvez, um determinado alinhamento de planetas e luas, ou mesmo, quem sabe, algum problema com a água da companhia... Seja como for, é curioso que nos últimos tempos parece que anda para aí um vírus ou qualquer coisa do género que provoca delírios e alucinações em profissionais da comunicação.
Caso o leitor ainda não se tenha apercebido, o autor destas linhas tem lido e ouvido que há por aí alguns directores a posicionarem as suas agências de comunicação (por sua iniciativa, diga-se) entre as “três maiores” do mercado.
Ainda ontem à noite “alguém” confidenciava que a sua chefia também tinha sido afectada por esta misteriosa doença, que parece ser do foro cerebral e provoca um alheamento da realidade.
Esse “alguém” mostrava uma certa frustração, porque não obstante ser uma pessoa minimamente inteligente e atenta às coisas, ainda não tinha compreendido que raio de fórmula mágica foi aplicada pela sua chefia para colocar agência no “Top 3”.
Certo é o facto de se tratar de uma fórmula infalível, porque seja qual for o critério, o “Top 3” é sempre garantido.
Valores de facturação, número de colaboradores, tamanho do escritório, número de lugares no parque de estacionamento, quantidade de canetas por metro quadrado e de pacotes de clips por mesa, qualidade do papel higiénico das casas de banho, não interessa… O “Top 3” está sempre assegurado.
Ora, de acordo com a informação que o autor destas linhas tem, pelo menos duas agências já criaram o seu universo paralelo ao posicionarem-se entre as três maiores de Portugal, mas curiosamente nenhuma delas é a LPM, a Cunha Vaz ou a GCI, o que significa que estas três vão ter que lutar pelo único lugar vago no pódio.
Até ver… Não vá, entretanto, um outro director de agência ser “contaminado” por qualquer raio cósmico e considerar que a sua consultora também está no “Top 3”.
O António Marques Mendes, que hoje faz anos (Parabéns), sempre atento, chama a atenção para o último ranking Global de PR Agencies do The Holmes Report, o Top 250 a nível mundial.
A liderança, por Fee Income em 2009, cabe à Weber Shandwick, sendo seguida pela Fleishman-Hillard e Edelman no pódio. A Burson-Marsteller e a MS&L completam o Top 5.
Nota nacional, há três agências / consultoras referidas neste ranking. A Lift (124º), a C&C Consultores de Comunicação (174º) e a ipsis (244º). E independentemente de os resultados financeiros estarem incluídos ou não, há empresas presentes em Portugal, como o caso da espanhola Inforpress (58º), a Hill & Knowlton (7º), Porter Novelli (14º) ou a Lewis (39º).
Nesta história dos rankings sempre afirmei que dificilmente se chegará a um modelo que a todos satisfaça. Nem que seja porque cada empresa tem as suas particularidades, a sua própria filosofia, orgânica e metodologias. E deveremos falar em empresas ou em grupos?
Mesmo que na forma se chegue a um consenso, estaremos a comparar o (in)comparável?
É que lendo este post questiono-me: o Grupo Lift não deveria estar num ranking com, por exemplo, Ativism, Grupo BO ou Brandia Central?
E lendo este (mesmo que as palavras não sejam do próprio) a Youngnetwork, juntando as operações de Portugal, Croácia, Macedónia, Angola e Moçambique, poderia estar num ranking destes(?).
Comparo o debate do ano passado com o actual e chego a uma conclusão: na fórmula já existe consenso.
Já ninguém discute que não seja pelas vendas / facturação.
este ano até houve direito a estratégia mediática!
No Jornal de Negócios ontem e no Diário Económico hoje.
Já aqui tinha recomendado a leitura de todos os posts que foram sendo colocados no PiaR e que focam a temática dos rankings.
O que também não deixa de ser pertinente é ler os comentários dos diversos posts.
Ainda só passou um ano!
Já começava a achar que ninguém apanhava a onda do "ranking".
Voltamos já ...
O ano passado, já o Verão ia alto, o PiaR fez algo que tem estado no seu espírito de missão, lançou um tema esperando que este pegasse. Não é um estilo de “toca e foge”, é mais de “toca e deixa ver”. Refiro-me à questão do ranking das agências / consultoras de comunicação em Portugal.
O assunto deu discussão, troca de opiniões, comentários, elogios e críticas e até artigos em órgãos de comunicação social. A certa altura achei que a semente lançada ia dar frutos. E parece que deu. Ora vejam aqui e aqui.
Recomendo a leitura de todos os posts dentro da tag ranking.
«(...) as I’ve learned, there are few agencies willing to stick their necks out where numbers are concerned. If these rankings help to change that mindset, that can only be a good thing.»
É desta forma que Arun Sudhaman, Associate Editor da PRWeek & Haymarket, termina um post sobre a questão dos rankings que voltou à agenda em seguimento disto e que tem dado origem a uma discussão entre algumas multinacionais, depois de um post do David Brain, President & CEO Edelman Europe. Nós por cá continuamos a assistir.
A edição de hoje da PRWeek Global apresenta-nos uma análise ao sector sueco das Public Relations, não deixando de o referir como a capital do mercado nórdico.
O inicio do artigo destaca o anúncio do abandono da Saab pela General Motors e o desempenho do Partido Pirata nas últimas eleições europeias.
De realçar que as maiores agências foram adquiridas por multinacionais ou tiveram processos de fusão, como é o caso da Kreab Gavin Anderson. Nota pertinente para o artigo ter um link para um ranking das agências suecas, com base na facturação e com referência ao número de profissionais. Um documento disponível no site da PRECIS, a associação das consultoras suecas.
Se, por um lado, o “tempo” tem a virtude de desconstruir informações que num determinado momento foram apresentadas ao mundo como verdades absolutas, por outro lado, tem o dom de confirmar factos que foram avançados em determinado contexto.
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