Um colega meu deu-me a conhecer este texto do Ragan’s PR Daily sobre a obsessão com a cobertura mediática. Kevin York, o autor, lembra que a definição de Relações Públicas não diz nada sobre “cobertura mediática” e que no início da profissão as “media relations” eram um meio e não um fim em si mesmas:
“The PR industry wasn’t founded on getting coverage. Most versions of the profession’s history include two-way communication with the public, along with informing, educating and influencing audiences. Though many early PR practitioners used media coverage as a tactic, coverage was a means to an end. It helped them reach people.”.
E mesmo a cobertura mediática deve ser vista em função dos públicos. Não enquanto número de notícias:” If coverage appears in a publication your target audience doesn’t actually read, it doesn’t count as coverage. Target the reader, not the publication or the journalist. “.
Costumo dizer que às vezes vale mais uma breve no sítio certo que dez páginas no sítio que não vai fazer mossa nenhuma. Este artigo diz o mesmo.
“The PR industry lost its creativity—and some of its business relevance—when it became too reliant on media coverage. Media is still a valuable communications tactic, but it’s just one piece of our job, one tool in our arsenal.”, deixa em jeito de conclusão o autor.
Quem gosta e acompanha os chamados desportos radicais, sabe, com certeza, o que são os X-Games, uma espécie de olimpíadas para aquelas modalidades, que se realizam-se duas vezes por ano, no Verão e no Inverno. A edição de 2015 dedicada aos desportos "extreme" de neve termina este Domingo, depois de três dias de pura adrenalina na estância de Aspen no estado do Colorado, Estados Unidos.
O que traz até aqui esta referência é o patrocínio da Marinha dos Estados Unidos àquele evento. Assim à primeira vista poderá parecer uma relação estranha, sendo a America's Navy uma entidade conservadora e que encorpora valores que estarão muito distantes dos X-Games. Mas, percebendo-se melhor onde a Marinha norte-america se quer posicionar, aí já começa a fazer mais sentido a sua presença nos X-Games. Na verdade, é uma estratégia arrojada e bem pensada pelos responsáveis das "public relations" da America's Navy.
O seu principal objectivo é o recrutamento de jovens com um determinado espírito de aventura e de sacrifício, que são potencialmente os que se encontram no universo de telespectadores dos X-Games. E como a própria Marinha refere, atletas como aqueles que estão nos X-Games provam que os limites dependem apenas da dedicação e empenho que cada um deposita na sua missão. E isto já é um valor em consonância com aquilo que a America's Navy representa.
Acabado de ler o caderno principal do Expresso, certamente derivado de defeito profissional, o que mais se destaca são dois comunicados publicados enquanto publicidade. Comunicados pagos. Cada qual em página inteira.
Um da Associação Portuguesa de Casinos e outro do Automóvel Club de Portugal.
Quem não tem cão, caça com gato??
Au au au auuuu
"Relações Públicas" é uma das profissões mais stressantes (partilhado aqui) que existe... Relações públicas é uma das profissões que mais engorda, segundo um artigo da Forbes (aqui).
Digam-me um segredo... O que há de bom nessa profissão?
Via Alda Telles no facebook, mais um divertido e pertinente link sobre a vida de um Public Relations.
São 24 situações. Peguem numa folha e contem aquelas em que se vão rever.
Através do downshifting deparei-me com a “novela” em que Mark Cuban se envolveu com a indústria das Public Relations.
Numa prepotente aleivosia este empreendedor tubarão (sim, sou fã do Shark Tank) considera que é um gasto de dinheiro e tempo uma startup contratar uma agência defendendo, de forma simplista, que devem fazer contactos directos. Podia contrariar isto dizendo que uma PR Agency faz mais do que media relations ou tentando explicar que nem todos nascem com dotes comunicacionais e de interacção, mas o Miguel já defendeu bem o ponto de vista. Resta-me só deixar a nota que tendo em conta que a principal razão de Cuban é o gasto de dinheiro, pois as agências são caras e as startups não nadam em dinheiro, parece-me que em Portugal, tendo em conta o que muitos praticam, ao contrário do que pregam, o tubarão empreendedor teria opinião diferente.
Inspirados nos Founding Fathers dos Estados Unidos da América, outras lógicas sociais destacam um conjunto de individualidades por terem sido pioneiros e deixado relevante legado. E as Public Relations não escapam a essa celebração. Há por isso um conjunto de nomes que são incontornáveis, sendo ou não coetâneos. Edward Bernays, Ivy Lee, Moss Kendrix ou Carl Byoir, mas também aqueles que deixaram o seu nome timbrado nas grandes consultoras mundiais como Dan Edelman, John Wiley Hill ou Harold Burson, são nomes incontornáveis das Public Relations.
Pelo que disseram, fizeram ou escreveram, temos muito a apreender e aprender com eles.
Por isso fica a partilha para um fantástico artigo da PR Week sobre aquele que designam como “The godfather of modern PR”. Um artigo onde haveria muito para destacar, pelo que deixo apenas aqui esta passagem: "I think PR has two components; behaviour and communications. You can have the best communications in the world but if you don’t live up to the promise you will not reach the objectives of your campaign or programme."
Mais um excelente trabalho da PR Week numa radiografia à indústria de Public Relations no Reino Unido. Quanto vale, quantos são e muitas outras conclusões. A nós resta-nos olhar, esmiuçar, analisar e comparar. Com tempo, pois visto na diagonal a conclusão parece ir de encontro à percepção. Temos muito que trabalhar. Muito para construir. Individual e, principalmente, colectivamente. E aqui é que as dúvidas surgem.
Nos tempos actuais, com o permanente desenvolvimento das plataformas digitais, onde a velocidade da informação é cada vez maior, ou seja, mais curta e onde todos os investimentos são bem ponderados, o jornalismo enfrenta grandes desafios. Mas não é só o jornalismo, nem o mundo dos media, que deve estar atento às novas dinâmicas. Até os que desenvolvem a sua profissão no mundo das PR devem estar bem atentos. Vejam este caso da Chrysler e boas reflexões.
Interessante e pertinente post da Alda Telles sobre a história das Relações Públicas no Brasil e Portugal. Com apontamentos actuais e históricos que são sempre bom recordar.
Não é a primeira vez e estou certo que não será a última, mas já não falávamos de Scandal há alguns meses.
Estava eu nas minhas navegações e deparo-me com um interessante post que elenca a opinião de diversas profissionais americanas sobre a série.
Arik Hanson começou a ver recentemente a série e deparou-se com a questão se Scandal estaria a representar bem a indústria das Public Relations? Entendendo que ainda não tinha visto o suficiente para justas conclusões, socorreu-se de colegas que afirmam acompanhar religiosamente a série. Opiniões diversas e interessantes. Ide ler. Enquanto a série não regressa há sempre forma de manter a chama acesa.
Quantas vezes um consultor de comunicação, no quotidiano da sua profissão, se terá confrontado com altos responsáveis pela gestão de uma empresa ou de uma organização desprovidos dos princípios mais elementares da comunicação? Provavelmente, algumas… Mais do que as que seriam desejáveis.
E é por isso que o mais recente livro de J. Martins Lampreia, “Ferramentas de Comunicação para Gestores”, pode ser uma grande ajuda para esses profissionais, porque de forma muito objectiva e concisa proporciona um conhecimento sistematizado dos princípios e das normas da comunicação institucional.
J. Martins Lampreia recorre à sua experiência de mais de 30 anos no sector da comunicação empresarial, sendo uma das principais referências na área do Lóbi em Portugal e na Europa, trabalhando há muito em Bruxelas junto das instituições europeias.
Com os temas bem arrumados em quatro capítulos – “comunicação interpessoal”, “comunicação empresarial”, “gestão de crise” e “relações institucionais e lóbi” –, o livro tem o prefácio de Pedro Luiz de Castro, também ele um homem da comunicação, com quem, aliás, o autor deste poleiro já teve o privilégio de trabalhar.
E a pergunta de partida não podia ser mais pertinente: “Acha mesmo que sabe comunicar?” Porque, efectivamente, e ao contrário do que muitos gestores pensam, comunicar é uma área de especialização como tantas outras que são fundamentais para o sucesso de qualquer empresa. O problema, lê-se ainda no prefácio, é que muitos gestores e decisores vêem a comunicação com uma “disciplina menor, no vasto universo empresarial, institucional ou até político”. A questão é que “a comunicação deve ser, hoje em dia, uma actividade transversal a toda a empresa”.
De tal forma que J. Martins Lampreia fala em “subsectores de especialização” dentro da comunicação. No entanto, é compreensível que um gestor no topo da pirâmide queira obter um conhecimento mais abrangente do processo de comunicação, sobretudo por quatro razões: para o gestor ter “um certo controlo do processo” dentro da empresa; por haver um“envolvimento cada vez maior por parte do gestor”; pelo facto da imagem da empresa ser “cada vez mais indissociável da imagem do seu responsável máximo”; e por causa da evolução dos meios de comunicação digitais, ou seja, “o responsável máximo não pode estar arredado desta tendência, sendo mesmo ‘obrigado’ a participar”.
As primeiras “ferramentas” que J. Martins Lampreia apresenta são focadas para relação que o gestor tem com os seus colaboradores ou outros interlocutores. Ferramentas, por exemplo, para gerir a distância física entre pessoas, para ler a linguagem corporal, para falar em público, para fazer melhor uso das técnicas de neuromarketing, ou para, simplesmente, tirar o melhor partido de reuniões.
Já no campo da comunicação empresarial, J. Martins Lampreia avança com noções que devem ser dominadas pelos gestores, nomeadamente, ao nível da estrutura das organizações que lideram e das suas dinâmicas internas. É muito interessante ler sobre a dinâmica de relacionamento entre a comunicação interna e a esfera do endomarketing.
Com aquelas ferramentas apreendidas, o gestor poderá e deverá então ficar a conhecer os princípios e normas que norteiam sub-sectores da comunicação tão importantes para uma empresa, como é a “gestão de crise”, as “relações institucionais” e o “lóbi”. Porque, como escreve J. Martins Lampreia, "nos dias de hoje, qualquer pessoa com uma posição de liderança precisa não apenas de ser um bom comunicador, como também de entender toda a engrenagem e as regras básicas, que moldam o universo da comunicação".
A Alda Telles (obrigado pela referência) volta aqui a puxar por uma questão que já parece eterna. Até hoje nunca houve consenso, nunca se encontrou a "fórmula perfeita" para mensurar a actividade de Public Relations. Até quando? Será mesmo esta dificuldade eterna? Que dizem? Um dia lá se encontrará uma métrica que satisfaça marketers e deixe os comunicadores confortáveis.
A Alda Telles já aqui abordou, e de forma pertinente, o estudo anual da CareerCast. Este ano os profissionais de PR são classificados como a 6ª profissão mais stressante. Tentando sempre ver as coisas de forma positiva note-se que o ano passado o lugar era o 5º. Mas a Alda questiona se não será por haver menos trabalho? Será? A ser, então fiquemos preocupados, pois em 2011 o nosso lugar do ranking do stress era no pódio, mais exactamente o 2º.
Vida dura esta. A chatice é quando se gosta do que se faz.
E chega o momento do ano em que são feitos balanços, listas e afins. Aqui no PiaR temos mantido a tradição de fazer um post de resumo do ano. Um post que tem como base o próprio PiaR e aquilo que aqui fomos postando e falando. Infelizmente 2013 não foi dos anos mais produtivos, pelo que este resumo pecará certamente por ausências. Mesmo assim, embora curta, ainda nos leva numa interessante viagem pelo ano que agora finda. E serve também para que possamos fazer um balanço ao poleiro e, considerando que não há a vontade de o fechar, tomar algumas decisões para que em 2014 tenhamos mais tempo e disponibilidade, mais energia, mais conteúdos, mais partilhas.
Faleceu Dan Edelman, uma figura incontornável das PR. Daqueles que daqui a muitos anos continuará a ser falado e recordado.
Garrett McNamara (re)colocou mediaticamente Portugal, especificamente a Nazaré, no mapa mundo ao surfar uma onda gigante.
O Sporting esteve fortemente presente no palco mediático, começando pela negativa, passando por umas eleições e terminando com elevada moral.
A “crise” manteve-se em permanência na espuma mediática.
As manifestações e protestos quase que incidiram na base diária, correndo o risco da banalização, enquanto ferramenta de comunicação.
O Alexandre Guerra continua sem perfil no facebook.
Muitos media insistem na resistência azabumbada de evitar menção a marcas quando a notícia é positiva.
A APECOM elegeu novos órgãos sociais, logo novo Presidente, em Março e no final do ano já se fez notar mediaticamente.
Através de algumas campanhas, em especial a Real Beauty da DOVE, o mundo voltou a dar atenção à criatividade dos portugueses.
Os comunicadores passaram a ter a sua novela, através de Scandal.
Foi feito, em Maio, apenas um PR After Work.
Ano de Autárquicas, com várias agências a terem meses de muito trabalho. E a Virgínia a seduzir-se pela comunicação política.
O Lóbi foi tema de debate na Assembleia da República. Curiosamente no dia em que a palavra “irrevogável” entrou no léxico político nacional.
O mundo do marketing assistiu à mega-fusão entre Publicis e Omnicom.
Portugal descobriu que tinha um Lorenzo e se por alguns momentos se achou que o espaço mediático era apenas nas revistas cor-de-rosa a TVI deu-lhe prime-time informativo.
O mundo descobriu um Papa Comunicador.
A WPP lançou mais uma PR Agency em Portugal, a YR PR, ficando afiliada da Burson-Marsteller.
O Renato Póvoas lançou mais um livro – Comunicadores de Excelência, desta vez a reunir casos de estudo de diversas empresas.
O PiaR foi conseguindo acompanhar alguns eventos, como o World Business Forum em Milão e o Eurobest em Lisboa.
Recordando o que aqui o Alexandre escreveu e as notícias dos últimos dias … O sector da Comunicação (do Conselho em Comunicação, das PR) em Portugal tem sofrido, como quase todos os sectores de actividade, com a crise e os inerentes desinvestimentos, quer por falta de budget como de confiança. Mas tem também sofrido por culpa própria, por nunca se ter valorizado. Nem todos são culpados deste factor, mas há muitos players que têm dado o seu permanente contributo. E alguns com o descaramento e desplante de seguirem a máxima de "faz o que eu digo, não o que eu faço". Infelizmente continuamos a assistir a posturas destas. E mais grave se torna quando num momento em que podia ser dado um forte sinal de valorização alguns optam por não o fazer, não contribuindo para a valorização do todo e, por miopia, não se valorizarem a si próprios e às suas organizações e por consequência aos seus profissionais.
São várias as histórias desprestigiantes que vão chegando ao autor deste poleiro sobre os contornos caricatos de alguns concursos (públicos e privados) para a contratação de consultoras de comunicação. Luís Paixão Martins conta aqui mais uma dessas histórias mortais para o sector das Public Relations.
De um lado estão as "gentes" das entidades contratantes -- dotadas de uma ignorância crónica e sem qualquer visão esclarecida de como funcionam as sociedades democráticas ocidentais do XXI -- que apresentam cadernos de encargos totalmente desajustados à realidade do valor do que é pedido. Mas, do outro lado, estão as agências -- muitas delas asfixiadas e desesperadas para "agarrar" qualquer conta -- a aceitar, por vezes, condições draconianas, que as empurram para o pantanoso mundo do "dumping".
Se isto já acontecia antes da tristemente célebre"crise", a verdade é que se acentuou nos últimos tempos de forma descarada. Descaramento esse, por exemplo, bem visível no texto que LPM assina ou no tão badalado concurso -- entretanto abortado -- lançado há uns tempos pela empresa Metro. E já antes a CP tinha feito uma "brincadeira" do género para um concurso na área da publicidade. Apenas para citar alguns casos que vieram a público.
Visto deste ângulo parece que se está perante uma "pescadinha de rabo na boca": As empresas e entidades vão diminuindo os orçamentos e as agências vão aceitando o que lhes dão. Está-se, assim, perante uma situação sem solução? Não necessariamente.
Acima de tudo é preciso perceber que a evolução do sector das Public Relations estará sempre dependente da evolução das próprias mentalidades, e não apenas dos decisores das entidades contratantes, mas também de quem está à frente das agências.
Os primeiros devem perceber o valor acrescido para o seu negócio de ter um serviço profissional de consultoria de comunicação.. Como aliás, já há muitos anos perceberam a mais valia de ter uma boa consultora financeira ou jurídica (aqui os preços não se discutem nem se impõem pelas entidades contratantes, quanto muito negoceiam-se).
Quanto aos líderes das agências, têm que interiorizar, precisamente, a importância crescente da sua profissão no seio das organizações e não ter medo de assumir essa responsabilidade na hora das grandes decisões. E aqui é preciso ser-se arrojado e destemido para fazer valer o "conselho" do consultor em situações de incerteza, onde, por vezes, outros actores se impõe no processso de decisão, com resultados catastróficos. Quantos casos não resultaram em crise de reputação porque os decisores das empresas deram primazia a todas opiniões menos àquela que deviam ter ouvido: a do consultor de comunicação.
É claro que nestas coisas das mentalidades, cada um segue o seu caminho e ao seu ritmo. Mas uma coisa é certa, qualquer entidade ou empresa que queira estar ajustada às exigências das sociedades vai ter que, obrigatoriamente, fazer esse caminho... mais cedo ou mais tarde. Mas também do lado das agências há muito caminho a percorrer.
Acima de tudo, devem tornar-se mais exigentes e conscientes daquilo que representam para uma entidade ou empresa. Além do mais, os líderes das agências devem também perceber, de uma vez por todas, que o mais importante são os seus recursos humanos. Porque é o seu consultor que anda no "terreno" e é esse que "agarra" os clientes" (e que também os pode levar quando muda de agência).
O consultor, por seu lado, deve estar num processo evolutivo constante e deve aspirar a passar para a galeria dos imprescindíveis da organização para a qual fornece serviços. E será nesse momento, em que se torna imprescindível, que a empresa ou entidade contratante dos seus serviços lhe reconhecerá o seu verdadeiro valor. E a partir daí, tudo será diferente.
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