Segunda-feira, 16 de Agosto de 2010

Word of Mouth - Fernando Moreira de Sá

 

  

 

 

O Jornalismo de Agência (de Comunicação) Não Existe

 

por: Fernando Moreira de Sá

Consultor de Comunicação e Blogger

 

Não é que seja raro, não, não é. Mas por vezes detesto ter de concordar com Pacheco Pereira. Detesto, ponto. E como por vezes essa concordância me irrita. Olhem, assim como escrevo estas palavras irritado por ter de concordar com estas outras dele. Como me arrelia.

 

Não é jornalismo, não senhor, quando se escreve/descreve que Sócrates namora com fulana. Não é jornalismo publicar reportagens sobre as férias de Sócrates num qualquer paraíso algarvio. Não é jornalismo descrever as férias de Passos Coelho numa qualquer casa arrendada. Não é jornalismo publicar fotografias de Passos Coelho a escrever junto à piscina da tal casa. É lixo, é voyeurismo puro e duro. Igualzinho, sem tirar nem por àquele outro que pulula pela web em sites de pornografia. Uma vez vi Saramago, numa entrevista a Jô Soares, afirmar que pornográfica é a fome. Eu digo, pornografia não é apenas mostrar as maminhas da Britney Spears num topless numa qualquer praia das Caraíbas, esta invasão da privacidade é tão pornográfica como aquela outra de que vos falei no início.

 

Obviamente, para quem já o conhece e já se habituou aos seus escritos, Pacheco Pereira culpa as agências. Aliás, é Juiz, Advogado de acusação e Magistrado do MP nestas matérias. Tomando a nuvem por Juno. Pelo menos encontro, nesta matéria, um ponto para contrariar JPP e com isso me sentir mais aliviado. Mas não chega. Pois não.

 

Nem toda a assessoria de imprensa se rege por estas regras pornográficas. Nem toda a assessoria de comunicação entende a mentira como caminho para o sucesso. Uma coisa é maquilhar, outra é mentir. Uma coisa é valorizar um dado relativamente a outro e depois esperar que o receptor tome uma de duas decisões: ou seguir a dica ou estudar a dica. Outra, muito diferente, é falsear os dados. A verdadeira “obra de arte” da assessoria é conseguir olhar para os dados a divulgar e encontrar neles a perfeição. A mentira é querer transforma-los em excelência. Logo me lembro da “perna curta”.

 

Porém, e se foi o cliente a exigir ou a permitir a invasão de privacidade? Se foi a Pamela que colocou o vídeo com o Lee a circular na net? Hummm. Aqui a coisa pia mais fino. Nestas matérias recordo algo que escrevi no passado sobre um outro político português que, recentemente, convidou uma determinada revista do coração a entrar em sua casa, fotografando a dita e respectiva família: “Quando deixamos entrar a imprensa para o nosso quarto, já nada a pode impedir de fornicar connosco”. É a vida, como dizia o outro. E sendo-a, caro JPP, que não se culpe o “book”.

 

Sim, caro JPP, o “jornalismo de fretes e de encomenda” não é jornalismo entre aspas pois não é jornalismo de todo. Não sendo, da mesma forma, “de agência” pois este, quando é do bom, estilo “Barca Velha”, parte sempre de um pressuposto essencial: o nosso receptor não é parvo.

 

Fernando Moreira de Sá

 

Caro Rodrigo, aqui está a resposta ao teu desafio. Um pouco tardia, é certo e logo num dia em que estou de maus fígados mas é um prazer e um orgulho escrevinhar umas coisitas mal-amanhadas como estas para o teu magnífico PiaR. Um forte abraço para ti e para os leitores(as) do blogue.

 

publicado por Rodrigo Saraiva às 15:07
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Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009

Recordar é viver

 

publicado por Rodrigo Saraiva às 15:38
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Sexta-feira, 18 de Setembro de 2009

Pacheco, o transfigurado numa "conversa de café"

Em tempos, o autor destas linhas escreveu um texto sobre Pacheco Pereira, reconhecendo-lhe o mérito de ser uma pessoa bem pensante e dotado de intelectualidade. Mas apesar de ser um homem culto e inteligente, com o passar dos anos foi-se abatendo sobre Pacheco Pereira uma "neblina" sobre as suas virtudes que, de tempos a tempos, provoca uma autêntica transfiguração no seu pensamento, colocando-o ao nível de uma "conversa de café", onde tudo interessa menos a racionalidade e a honestidade da argumentação. 

 

Por alguma razão misteriosa e profunda, e que este autor desconhece, Pacheco Pereira começou a sofrer de uma patologia aguda e que o tem afectado recorrentemente. A sua fobia às "agências de comunicação" tornou-se incompreensível e desprovida de qualquer racionalidade. As agências de comunicação parecem ter um efeito virulento no Pacheco Pereira. 

 

Ainda ontem à noite, durante a Quadratura do Círculo, lá veio à baila a questão das agências de comunicação, insinuando que as mesmas são a fonte de todos os males do país, em geral, e da política e do jornalismo em particular.

 

E neste ataque cerrado, quase raivoso, diga-se, os sintomas da sua "doença" revelam o que de mais primário existe num ser humano quando se entrega a uma "discussão de café" arbitrária sem qualquer tipo de honestidade e de objectividade.

 

De modo a servir os seus interesses argumentativos, Pacheco Pereira citou várias notícias que foram públicadas ontem no âmbito de um livro agora apresentado sobre as fontes profissionais da comunicação no jornalismo, interpretando erradamente os artigos, e reduzindo o estudo académico a um conjunto de "soundbites", caindo, assim, na tentação que o mesmo está sempre a criticar nos outros.

   

publicado por Alexandre Guerra às 08:24
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