Se há modalidade desportiva onde custa superar um recorde é o salto com vara. De tal maneira que há quase 21 anos não era derrubado. Aconteceu este sábado, quando o francês Renaud Lavillenie saltou 6,16 metros em pista coberta, superando o máximo estabelecido em 1993 pelo ucraniano Serguei Bubka. Ninguém tem dúvidas: esta é uma notícia digna de realce em matéria desportiva.
Nunca ninguém saltou tão alto.
Como procederam ontem os três jornais "desportivos" portugueses nesta matéria?
Só um esteve bem: A Bola, que lhe deu destaque na primeira página, com o título "Lavillenie nas nuvens". Os outros ignoraram esta notícia nas respectivas capas, integralmente preenchidas pelo futebol doméstico. O Jogo remete a proeza de Lavillenie para o topo da página 36, num texto de quatro parágrafos, considerando o francês "já uma lenda" do desporto mundial. O Record faz pior ainda, escondendo a notícia numa peça de escassas 30 linhas, sob o título "Recorde de Bubka batido". Nada mais.
Este jornal, sublinho, chama-se Record. Foi pena ter desperdiçado uma oportunidade soberana de fazer jus ao nome. Será que daqui a duas décadas, quando for batido novo máximo mundial no salto com vara, ainda vigorará em Portugal esta absurda regra editorial dos jornais "desportivos" que teimam em não destacar mais nada além do futebol?
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