De tempos a tempos, os génios do marketing e da publicidade lá produzem uma pérola comunicacional e, normalmente, quanto maior é a marca, maior é o disparate. Este Natal, a Fanta brinda os portugueses com um anúncio que se candidata a entrar no top 10 dos piores do ano. Como se não bastasse o facto do anúncio ter pouco ou nada a ver com o espírito da marca, ainda levamos com uma vozinha irritante de uma criancinha, que nem os seus pais deverão conseguir suportar. Mas como é que as mentes brilhantes que dirigem a comunicação e marketing da Fanta poderão pensar que o consumidor ao ver e ouvir este anúncio poderá ficar com vontade de ir beber uma Fanta? E depois ainda dizem que é "o sabor mais cool de sempre"...
Radio
Categoria "Travel, Entertainment & Leisure"
Agência: Fuel Lisboa
Projecto: Pink Hollywood
Film
Categoria "Entertainment & Leisure"
Agência: Fuel Lisboa
Produtora: SYNC Lisbon
Projecto: Pride Heart
Categoria "Fundraising & Appeals"
Agência: MSTF Partners Lisbon
Produtora: Garage Films Lisbon
Projecto: First Time
Design
Categoria "Stationery"
Agência: MSTF Partners Lisbon
Projecto: Tell a Story
Promo & Activation
Categoria "Best New Product Launch/Re-Launch/Shopper Marketing)"
Agência: O Escritório Estoril
Projecto: A Small Demonstration
"Portugal is walking the crisis in high heels."
Rodney Collins, director da McCann Truth Central para a região EMEA, durante uma apresentação no Festival Eurobest 2013, a propósito da capacidade de Portugal de afirmação internacional e exportadora na indústria do calçado em pleno ambiente de crise.
Dos primeiros seminários realizados na 25ª edição do Festival Eurobest, a decorrer entre Quarta e Sexta-feira no Cinema São Jorge, em Lisboa, há dois conceitos que saltam de imediato à vista: "crise" e "partilha". A "crise" porque, nos dias que correm, é um factor incontornável para todos os profissionais que desenvolvem criatividade para marcas, instituições ou qualquer outro tipo de entidades. Sendo impossível fugir a essa realidade, é então preferível conhecê-la [a crise] melhor para que os homens da criatividade possam encontrar soluções que permitam acrescentar valor na "indústria da comunicação".
E terá sido Rodney Collins, director da McCann Truth Central para a região EMEA, que mais directamente pegou no tema ao fazer uma apresentação chamada "Creativity in Crisis", na qual divulgou em primeira mão um estudo feito em seis países (Portugal, Tunísia, Espanha, Itália, Chipre e Grécia), precisamente sobre a percepção que as pessoas têm da crise e como estas têm reagido perante a actual conjuntura.
Porque só compreendendo essas dinâmicas é possível responder à pergunta feita por Collins: "De onde vem a criatividade em tempos de crise?" E é na resposta a esta questão que se chega ao conceito de "partilha". Durante a apresentação, o director da McCann Erickson foi dando vários exemplos, em diferentes países, da criatividade assente na "partilha" de ideias, de valores, de marcas, de objectivos, etc. Para Collins está-se a viver "the new age of sharing".
Num seminário anterior, Rupert Bryan, da Motion Picture House, também chamava a atenção para a importância da concretização de "parcerias fortes" no processo criativo. Sobretudo nestes tempos, os criativos têm que meter o "ego" na gaveta e não ter medo de parcerias entre profissionais.
A EDP é daquelas empresas que por mais milhões de euros que gaste em estratégias de public relations e de marketing nunca terá os consumidores do seu lado. E porquê? Porque o serviço que a eléctrica nacional presta (até há bem pouco tempo, monopolista) é pago a peso de ouro pelos cidadãos, que se sentem literalmente "explorados" sempre que olham para os inúmeros items da factura. Por mais que a EDP se esforce para surgir aos olhos da opinião pública como uma empresa sustentável e responsável, os consumidores portugueses não embarcam nessa conversa.
Primeiro, porque a empresa não proporciona aos consumidores um serviço propriamente diferenciador, em relação àquele que é oferecido por outra qualquer eléctrica do mundo, que justifique os elevados preços praticados em Portugal. Segundo, a EDP é, ironicamente, uma companhia que aposta forte na comunicação e no marketing institucional, mas é desastrosa no contacto directo com o cliente.
Terceiro, os consumidores sabem hoje em dia que estão a pagar muito mais do que a electricidade, efectivamente, consumida. Estão a pagar, na verdade, todos os mecanismos que têm permitido à EDP valorizar-se junto dos mercados e dos accionistas, através de inúmeras operações, muitas delas de retorno duvidoso e que, nalguns casos, estão a alimentar uma "bolha" que um dia poderá rebentar.
A aposta cega nas "renováveis" desprovida de um paradigma energético sustentável, o avarento plano nacional de barragens, fruto de uma relação de interesses entre o Estado e a eléctrica -- em que os males ambientais e económicos superam claramente as virtudes energéticas --, as inúmeras aquisições comerciais milionárias feitas pela EDP por esse mundo fora, nomeadamente no mercado americano -- e que têm aumentado a dívida colossal da empresa --, criaram a ideia artificial de que a EDP é uma empresa portentosa.
Há uma certa elite económica e política, altamente alinhada e comprometida com os "interesses" do Estado, que tem contribuido para esta efabulação, não deixando de enaltecer os grandes feitos da EDP, esquecendo-se daquilo que devia ser o essencial: o consumidor português.
E neste ponto é interessante comparar os mercados da energia e o das telecomunicações, sobretudo as abordagens da EDP e da PT/MEO aos consumidores no que à comunicação e marketing diz respeito. É justo dizer que a dinamização do mercado das telecomunicações trouxe benefícios para os consumidores em termos de preço final e de qualidade dos serviços. Alguns desses serviços, aliás, reconhecidos internacionalmente como inovadores.
Por exemplo, se o leitor estiver atento à comunicação e ao marketing dos produtos do universo PT/MEO verá que se centram no preço e nos elementos diferenciadores da marca. São mensagens muito concretas e focadas em produtos para o consumidor. Preços de pacotes explicados ao cêntimo, promoções, serviços, etc.
Já a comunicação e o marketing da EDP assentam em mensagens vagas, ideias genéricas, recorrendo-se muitas vezes a conceitos como "responsabilidade" ou "sustentabilidade" e a imagens harmoniosas de idosos, de famílias felizes, de paisagens idílicas, e por aí fora. Mas, depois de tudo "espremido" não se encontra qualquer oferta concreta de valor acrescido para o consumidor. Mesmo ao nível da comunicação mediática, a maior parte das notícias da EDP prendem-se com a vertente institucional e financeira do negócio (cotação em bolsa, aquisições, fusões, relações com a China Three Gorges, operações de "charme", entre outras) e não com os produtos direccionados para o consumidor, que na verdade não existem.
É uma estratégia que serve um determinado propósito, como já aqui foi referido, mas que se distancia por completo daquela que, por exemplo, foi seguida pela PT/MEO e que proporcionou uma relação bem mais benéfica e próxima com os consumidores.
Alguns analistas começam, agora, a levantar o véu sobre o verdadeiro universo EDP. E quanto ao consumidor, este limita-se a questionar: Se a EDP é uma empresa assim tão grande e inovadora, por que é que isso não se reflecte naquilo que é mais importante, ou seja, energia mais barata para as pessoas?
A resposta é simples: a estratégia de gestão da EDP não está focada no bem estar do consumidor, mas sim na satisfação plena dos seus accionistas e investidores. É uma opção aceitável (mas condenada ao fracasso) numa empresa privada, mas imoral numa companhia que cresceu à sombra do Estado e num mercado monopolista.
É por isso que a estratégia de comunicação e de marketing da EDP não visa informar o consumidor do valor acrescido que a empresa lhe possa dar (porque não dá), mas sim criar uma espécie de "distracção" para que seja incutida nas pessoas uma percepção (errada) de que a eléctrica nacional tem muita coisa a oferecer aos seus clientes, quando na verdade não tem nada. Ainda esta Quarta-feira lia-se no Público uma notícia que espelha na perfeição aquilo que é a EDP nos dias de hoje.
Políticos, Marketing Pessoal vs Personal Branding?
por: Henrique Silva
Personal Branding Coach
Temas que começam a ser falados em Portugal, e que convém não estragar!
"De pequenino se torce o pepino" e "há que separar o trigo do joio".
- Personal Branding está enraizado na autenticidade. Trata-se de discernir o que te torna único e valioso, a fim de seres bem-sucedido. Para descobrires a tua marca pessoal, precisas de te conhecer, teus público-alvos e teus concorrentes/colegas, através de técnicas específicas.
- Marketing pessoal é simplesmente sobre a embalagem e como comunicar o que você tem para oferecer, em vez de a definir. Trata-se de aplicar todas as formas que te tornam visível e comprometido com o teu público-alvo. Este é o lugar onde o plano de comunicação está no foco do serviço.
O desenvolvimento de uma marca pessoal é baseado na Autenticidade, no que a Pessoa é, o que a torna única, sendo necessário uma viagem profunda ao seu Eu. Essa viagem não é um ”fast trip” mas os resultados que se extraem são congruentes, fortes e dão uma “solid trip” para a vida pessoal e profissional. Em atual campanha política para as autárquicas 2013 os eleitores assistem ao frenesim do desfilar dos candidatos nas ruas das cidades, em todos os eventos, inaugurações, manifestações coletivas das terras, à facilidade do sorriso, ao aperta aí o “bacalhau”, às conversas de circunstância, à utilização das redes sociais para “likarem” o que os eleitores vão partilhando, para dar a entender, uma real preocupação com a vida das pessoas.
Caros políticos, o povo já vos conhece, nem as altíssimas taxas de abstenção, as manifestações na rua, com o exemplo claro do Brasil, com o povo a sair para a rua a dizer basta de Corrupção, Desonestidade, Falsidade, com o povo a gritar por Transparência, Honestidade, Preocupação Verdadeira em encontrar soluções que conduzam a uma vida melhor, os senhores parecem ver essa realidade. Continuam continuamente a insistir no Marketing Eleitoral e no Marketing Pessoal, em detrimento do desenvolvimento de Marketing Politico, um processo de médio/longo prazo, integrado com Personal Branding que conduz a uma Marca Pessoal Autêntica e que começa bem antes de apenas a 6 meses das eleições, inicia-se quando desejarem ser verdadeiros com vós mesmos. Surge a questão, qual a importância do Personal Branding na Politica? Na minha opinião, toda, num meio muito afetado pela perceção dos eleitores como Falso, Desonesto, Descrente, surgir figuras políticas autênticas com eles próprios e percecionados como tal pelos eleitores fará toda a diferença, ou não? E você, Sr.º político, o que acha?
A fusão inesperada
por: Carlos Martinho
editor de conteúdos na GCI
“Uma grande notícia para dois homens – Maurice Levy, CEO da Publicis, e John Wren, CEO da Omnicom – mas desconcertante para 130 mil colaboradores e centenas de clientes”. Mais coisa, menos coisa, era assim que, no sábado à noite, alguém se refira no Twitter à fusão entre estas duas gigantes dos serviços de marketing.
Primeira conclusão da fusão Publicis/Omnicom: esta é uma das mais surpreendentes notícias de sempre da indústria do marketing e estava fora dos radares do mais optimista, visionário e ingénuo analista de mercado. Primeiro, porque se tratam de duas culturas completamente diferentes, a proteccionista francesa e a controladora norte-americana. O que sairá daqui?
Em segundo lugar, porque durante anos se falou numa possível aquisição da Havas – outra das holdings do top six, também francesa – pela Publicis, mas o negócio nunca se realizou.
Em terceiro, porque, como notou o CEO da Havas, David Jones, os clientes querem agências mais ágeis e empreendedoras, e não “burocracia e processos complexos”. Este será um argumento interessante para as holdings/agências mais pequenas lucrarem com a fusão.
Finalmente, porque o timing é muito interessante mas pouco habitual: um pacato fim-de-semana de férias, uma péssima altura para deixar os banhos caribenhos com a família para apanhar um avião. A maioria dos clientes – e certamente muitos dos executivos e gestores da Publicis/Omnicom – terão sido avisados do negócio pelos media, o que não deixa de ser arriscado para a reputação da futura holding.
A francesa Publicis é liderada desde 1987 por Maurice Levy, de quem terá partido a sugestão para a fusão, há cinco meses. Tem uma forte presença em França e no continente europeu, com agências como Leo Burnett, Publicis, Saatchi & Saatchi, Barte Bogle Hegarty (BBH), Fallon, VivaKi, Digitas, Starcom, ZenitOptimedia, Razorfish, MSL… A delicadeza da fusão para os seus clientes locais obrigou a que o negócio fosse anunciado em Paris. Nos Champs-Élysées.
A Omnicom é a típica multinacional norte-americana, que domina o mercado local e detém agências como BBDO, TBWA, DDB, OMD, Fleishman-Hillard, Porter Novelli ou Interbrand.
Apesar de tudo, as duas holdings podem complementar-se – a Omnicom tem uma visão tradicional da publicidade; a Publicis é fortíssima no digital. Veremos se os reguladores concordam.
Portugal
É difícil prever as consequências desta fusão para o mercado português. Em publicidade, Omnicom e Publicis estão presentes com as suas maiores agências, assim como em planeamento de meios. Mas, nesta indústria, é normal que uma determinada holding detenha quatro ou cinco agências no mesmo mercado. Ou melhor, era normal.
Em PR, a especificidade do nosso mercado, liderado por consultoras locais, não antevê grandes mudanças. Das principais marcas de PR da nova holding – MSL, Kekst, FleishmanHillard, Ketchum, Porter Novelli e Cone –, apenas a Porter Novelli está presente em Portugal de forma independente. Haverá espaço para a criação de uma nova super-agência? Teoricamente, sim, mas não será fácil de a implementar no terreno.
Colosso global
A nova holding já tem nome – Publicis Omnicom Group – e terá dois co-CEO nos primeiros 30 meses: Levy e Wren. Depois, Wren – 61 anos e uma década mais novo que Levy – deverá liderar o grupo, mantendo-se o septuagenário francês como chairman não-executivo.
Com $23 mil milhões de receitas, a holding ficará sedeada na Holanda, mantendo os escritórios operacionais em Paris e Nova Iorque. O grande objectivo será poupar $500 milhões em sinergias operacionais, o que já provocou a reacção de sir Martin Sorrell, CEO da até agora líder WPP: “Será interessante ver como [a nova holding] poderá poupar $500 milhões em sinergias, sem despedimentos”.
Alguns analistas frisam que esta operação cria em Sorrell uma pressão extra para voltar às compras. Algo que este, aliás, tem feito regularmente. Em cima da mesa estará o grupo Interpublic (IPG), que passou a terceiro maior grupo de comunicação e ainda não reagiu à fusão.
O negócio poderá efectivar-se entre o último trimestre de 2013 e o primeiro de 2014. Se for realmente concretizado, virará a indústria de cima para baixo. Nada será como dantes.
Segundo a Adage, Coca-Cola, Pepsi, AT&T, Sprint, T-Mobile e Verizon são alguns dos potenciais clientes-conflito. Ainda assim, este número será muito maior, se analisado mercado a mercado. Será esta uma oportunidade para as agências mais pequenas reforçarem o seu portfólio de clientes? Possivelmente, sim.
imagem do Diário Económico
Peter Sagan, da Liquigas, na vitória da 1ª etapa do Tour 2012/FOTO: UCI
Por estes dias, durante três semanas, são milhões as pessoas que se juntam nas bermas das estradas francesas e as que estão em frente aos televisores a acompanhar um dos maiores espectáculos do mundo, o Le Tour de France.
A prova rainha do ciclismo é a maior montra internacional para as equipas/marcas se mostrarem ao mundo, com três semanas de audiência garantida a nível planetário. Se a esta prova se juntar as outras duas grandes voltas do calendário UCI World Tour, o Giro e a La Vuelta, então são mais seis semanas de competição com transmissão directa para quase todo o mundo.
A estas ainda se podem juntar inúmeras provas com audiência garantida, tais como a volta à Polónia, a volta à Califórnia, a Paris-Nice ou a Critérium du Dauphiné. A estas ainda se podem juntar provas clássicas (de um dia), como a mítica Paris-Roubaix, com transmissão televisiva assegurada e ampla cobertura noticiosa.
Enfim, se se contabilizar todas as provas do calendário anual da UCI World Tour, ou seja as mais importantes, está-se a falar de cerca de 150 dias de competição, a maioria com cobertura televisiva e impacto noticioso, obviamente com diferentes audiências.
E este impacto corresponde um retorno directo e gigantesco para as marcas que dão os nomes às equipas de ciclismo. Porque, na verdade, as marcas são as equipas, sendo o ciclismo o único desporto onde tal acontece.
Não se tratam de meros patrocínios como acontece noutros desportos, mas sim de uma das equipas/marcas que se valorizam automaticamente junto dos adeptos e potenciais consumidores.
Só o ciclismo permite essa relação, na qual os adeptos se entusiasmam por marcas. Algo impensável em circunstâncias normais.
Alguém no seu perfeito juízo imaginava-se a “torcer” euforicamente por marcas como Liquigas (fornecedora de gás natural em Itália), OmegaPharma (medicamentos), Vacansoleil (rede de parques de campismo), Cofidis (financeira), Europcar (rent a car), Rabobank (serviços financeiros), Saxo Bank (banco) ou a Lampre (empresa de revestimento de aço). Apenas para citar algumas equipas que estão neste momento a participar no Tour.
Entusiasmo do público na berma da estrada à espera da passagem das equipas/marcas na 2ª etapa do Tour deste ano
Estas, como outras empresas, há muito perceberam a importância de diversificar o seu investimento em marketing e publicidade para projectos verdadeiramente integrados numa lógica de public relations, como é o caso de uma equipa de ciclismo Pro Tour (o escalão máximo).
Também em Portugal há marcas que perceberam a importância de investirem no ciclismo como forma de potenciarem a sua notoriedade. A Porta da Ravessa foi uma delas, lembrou o ciclista Bruno Pires, durante os comentários na Eurosport à etapa de Sábado do Tour. Dizia Bruno Pires, um dos grandes valores nacionais da modalidade actualmente na Saxo Bank, que o retorno da Porta da Ravessa foi imediato.
E, por isso, lamenta que as marcas e empresas nacionais estejam a investir cada vez menos no ciclismo nacional, num País que estima muito a modalidade e numa altura em que cada vez há mais atletas portugueses a pertenceram ao pelotão internacional.
Numa conversa muito interessante com os habituais comentadores da Eurospot, Bruno Pires acrescentou que um dos problemas das grandes empesas nacionais é a falta de mentalidade e de abertura para a diversificação das suas estratégias de marketing. E sublinhou que, apesar da crise, o problema não é necessariamente a falta de dinheiro, já que as grandes empresas nacionais não têm tido problemas em canalizar verbas avultadas para o futebol ou para festivais.
E é aqui que reside a grande questão, porque as grandes empresas nacionais basicamente circunscrevem àquelas duas áreas os investimentos mais significativos.
É sem dúvida uma estratégia de marketing conservadora e pouco ambiciosa, sobretudo se tivermos em consideração empresas com uma dimensão assinalável, como são o caso da EDP, da Sonae, da Cimpor, do BES, da PT, ou da Galp.
Bruno Pires salientou, no entanto, que muitas das vezes o problema não está nos gestores de topo ou nos administradores dessas empresas, mas sim na falta de conhecimento e de visão dos directores de marketing. Uma ideia com a qual o autor destas linhas concorda em absoluto.
Para empresas daquela dimensão estaria perfeitamente ao alcance um investimento para se construir uma equipa de dimensão internacional, que não precisava de ser necessariamente Pro Tour.
Além de potenciaram um entusiasmo nacional em redor das suas marcas (algo que não existe), aquelas e outras empresas portuguesas poderiam explorar a sua imagem em mercados internacionais onde estejam a operar ou a pensar entrar através da participação das suas equipas em provas naqueles países.
É já esta quinta-feira que acontece o Congresso Nacional de Marketing, organizado pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing e a primeira na liderança do Rui Ventura. O "cartaz" é apelativo e agora façam como eu e comecem a orientar a agenda para conseguirem participar. Em Lisboa decorre no Auditório da Universidade Católica de Lisboa.
Imagem de um anúncio televisivo do Pingo Doce no âmbito de uma campanha publicitária liderada por Duda Mendonça
A decisão da Francisco Manuel dos Santos SGPS, detentora da Jerónimo Martins, de vender todo o capital que detinha neste grupo à sua subsidiária na Holanda (ou seja, fica tudo em casa) não poderia deixar de provocar, à boa maneira portuguesa, uma acesa e intensa discussão, com argumentos a serem ruidosamente esgrimidos de muitos lados e as forças políticas, escandalizadas, a anunciar medidas de emergência como se esta fosse uma realidade nova.
Na verdade, esta situação é normal e está perfeitamente enquadrada no direito comunitário ao abrigo de um princípio chamado “livre circulação de capitais”.
Neste capítulo, goste-se ou não, a decisão dos homens fortes da Jerónimo Martins é meramente um acto de gestão, que muitas empresas fazem e que, certamente, os accionistas agradecerão. Pelo menos para já.
Porque, a questão mais importante, na modesta opinião deste poleiro, não se coloca nas razões por detrás de tal decisão, mas sim, nas consequências da mesma para a imagem e notoriedade da marca Pingo Doce.
Uma marca que nos últimos tempos tinha apostado num reposicionamento que estava a dar frutos, muito centrado nos valores tradicionais de uma sociedade portuguesa e na qualidade que as terras deste País oferecem aos consumidores.
Uma estratégia de comunicação e de marketing que, entre outras coisas, passou pela contratação de uma estrela "marketeira" brasileira (que tanta polémica deu) e que, gostos à parte, parece ter resultado. Pelo meio, foram apregoados determinados valores muito associados à imagem de Portugal e ao conceito “nacional”, com os quais o consumidor se identificou, o que se reflectiu de forma muito objectiva e positiva no negócio da Jerónimo Martins.
Ainda no âmbito desta estratégia, foi criada, em 2009, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, numa lógica de “devolver à comunidade” em forma de informação e de formação os milhões de euros de lucros que aquela propicia à Jerónimo Martins.
Uma dinâmica virtuosa, onde todos ganham, até porque “a fundação tem como principal objectivo estimular o estudo da realidade portuguesa, com o propósito de assim contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, lê-se no seu site.
Ora, o perverso da decisão de gestão agora conhecida é que corrói toda a percepção que os portugueses foram construindo nos últimos três, quatro anos em relação à marca Pingo Doce.
E se há coisa que irrita profundamente o consumidor é a incoerência descarada das marcas, que pode ser interpretada como uma ofensa. E será precisamente isso que, neste momento, muitos consumidores começam a sentir.
Doravante, por exemplo, sempre que alguém olhar para um anúncio ou para uma campanha do Pingo Doce a exortar ao consumo de produtos nacionais no sentido de ajudar os produtores deste burgo, o consumidor há de dizer: “Pois, pois, isto é tudo muito bonito, mas na hora de pagar impostos em Portugal, ala que se faz tarde e toca a marchar para a Holanda.”
E isto pode ser fatal para uma marca como o Pingo Doce, mas logo se verá. Seja como for, há sempre a possibilidade daquilo que a Jerónimo Martins poupar em impostos arriscar-se a perder na notoriedade, e mais tarde nos resultados do negócio.
É caso para dizer que o barato poderá sair caro.
De vez em quando ainda se consegue descobrir um blog que entendo ser útil a partilha. Eis o Dois Dedos de Marketing, que fica ali na barra lateral na secção "o que é nacional é bom" ---»»
Quando fui para a faculdade, em 2005, acreditava que me tornaria uma grande marketeer!
Nessa altura defendia que as Relações Pública eram apenas uma ferramenta do Marketing e tive discussões acérrimas sobre o tema, com pessoas como o Rodrigo Saraiva. O tempo e o contacto com o mercado do trabalho mudou a minha visão acerca desse assunto e hoje aqui estou… Não sei se sou/ serei uma Relações Públicas, já que não consigo abandonar Kotler , Porter e outros autores tanto da área de Marketing, como da área de Gestão , mas tenho a certeza de que não sou, nem aspiro ser, uma pura Marketeer.
Não consegui encontrar nada melhor para me apresentar nem nada mais representativo do que foi o meu progresso. Apesar das experiências que fui tendo, este episódio relatado foi dos marcos mais importantes na minha vida profissional. Subtilmente as RP convenceram-me!
Foi com enorme satisfação que recebi o convite para escrever no PiaR e me juntar a comunicadores como o Alexandre Guerra, António Marques Mendes e Rodrigo Saraiva. Tenho a certeza que este desafio se tornará numa óptima experiência e me proporcionará uma enorme aprendizagem. Aproveito para apelar à troca e à partilha de ideias e opiniões, para que esta aprendizagem seja ainda maior.
O sector da Comunicação (publicidade, marketing, media … tudo!) não pode deixar de se deleitar por ter dois media de trade tão inteligíveis.
Ora veja-se as diferentes abordagens ao mesmo assunto. Na meios e na briefing.
E “porque o mercado é uma selva”, vários especialistas, profissionais e estudantes vão estar com todas as atenções na 11ª Edição da Semana Nacional do Marketing, que começa já na Segunda-feira e decorre até ao próximo dia 21, sob o tema das estratégias de inovação em tempos de mudança.
Entre as várias iniciativas, um dos momentos mais aguardados será o Congresso Internacional do Marketing, dia 20, no ISCTE, que tem como keynote speaker Jeremy Gutsche, fundador do trendhunter.com e autor de Exploiting Chaos, uma obra de referência que mostra como grandes empresas vingaram em momentos de crise e adversidade.
A destacar também o Congresso de Estudantes de Marketing e Comunicação, a realizar-se igualmente no ISCTE no dia 21. Paralelamente, vão ser realizados vários Encontros do Marketing em universidades de todo o país.
O Digital e o Meio Ambiente
por: Rodrigo Capella
Autor do livro “Assessor de Imprensa – fonte qualificada para uma boa notícia”
Não estranhe, por favor, o português deste texto. Sim, sou brasileiro e vou contar, após um gratificante convite de Rodrigo Saraiva, um pouco sobre como o Assessor de Imprensa (PR) trabalha por aqui.
Cada vez mais, as empresas brasileiras sentem a necessidade de utilizar as vastas ferramentas da comunicação 2.0, apoiadas, principalmente, no vídeo-release, podcast, mídias sociais e blogs.
Para participar, os assessores precisam ter habilidades para atuar, realmente, como consultores de comunicação, orientando os clientes sobre os melhores caminhos e práticas.
É necessário também ter uma relevante preocupação ambiental. Projetos interessantes já povoam a Internet, mas precisam, urgentemente, de ampliação. O Good Guide ajuda as pessoas a encontrar produtos seguros, saudáveis e verdes. Cada produto tem uma pontuação para Health, Environment e Society. A média dessas três pontuações forma o GoodGuide Rating, que define a posição do produto no ranking de busca. Genial! Já o No Impact Project propicia o verdadeiro engajamento ecológico e sustentável. Visite!
Neste contexto, as habilidades básicas dos assessores, como pesquisa, planejamento e estratégia, não podem ser esquecidas. No Brasil, há, cada vez mais, uma forte fusão entre Marketing e Assessoria de Imprensa e os comunicadores precisam, portanto, dominar todas as etapas da comunicação das marcas, como Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação.
Esse é o presente! O futuro exigirá o acompanhamento do boca a boca, o monitoramento do espaço público e a imersão de tudo e de todos na social media, com foco na compreensão da mensagem e nas suas particularidades.
Maiores chances de um bom resultado? Bem provável! Vale à pena praticar!
No programa “Made in Portugal”, da TSF, a empresa em destaque hoje é a Dashing, uma companhia de calçado que exporta 100% da sua produção. É um caso de sucesso tendo marcas próprias e licenças que são usadas por celebridades como Madonna, Bjork ou Rihanna.
Esta empresa tem a sua sede e alguns serviços em Guimarães e áreas funcionam em Inglaterra, nomeadamente o design, a força de vendas e «o marketing e PR», segundo palavras do empresário José Neves. Assim! Ficou-me logo no ouvido.
Ouvir aqui.
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