Rodríguez (esq.), Contador (cent.) e Valverde (dir.) nos quilómetros finais na mítica subida dos Lagos de Covadonga/Foto: La Vuelta
O final da etapa deste Domingo da La Vuelta, na mítica subida dos Lagos de Covadonga, explica bem por que é que o ciclismo é uma modalidade que ganha cada vez mais adeptos e espaço nas televisões de todo o mundo. Explica também por que é que grandes marcas continuam a investir parte dos seus orçamentos de marketing no patrocínio de equipas.
Hoje, tranquilamente sentado no sofá, o telespectador viu um extraordinário cenário e um desempenho emocionante por parte de Alberto Contador, de Alejandro Valverde e de Joaquin Rodríguez que, de contra-ataque em contra-ataque, galgaram os quilómetros finais.
As marcas que lá estavam saíram todas a ganhar.
Uma pertinente reflexão de João Tocha, daqui.
As mamas e as mini saias das cerimónias ligadas ao futebol e afins.
Quando comecei a acompanhar as andanças do futebol reparei numa prática primária e engraçada. Sempre que havia a apresentação de uma competição, um sorteio ou uma cerimónia transmitida pelas televisões eram colocadas estrategicamente ao lado dos troféus, dos jogadores, dos palcos, dois ou quatro pares de mamas bem apertadas dentro de um vestido curto, onde as pernas e as ancas também sobressaíam.
Há 10, 9 e 8 anos dei comigo a pensar nas diversas perspectivas e dimensão deste fenómeno promo-comunicacional.
Se o acto de comunicação era abrilhantado pelo Troféu apresentado, pelas estrelas do futebol ou pelos dirigentes que usariam da palavra qual o papel das mamas e das pernas?
Se o objectivo era passar as mensagens dos dirigentes, qual o papel das mamas e das pernas?
Se os patrocinadores queriam ver as suas marcas em evidência, qual o objectivo das mamas e das pernas?
Se o futebol ( e as diversas modalidades) e as suas estrelas influenciam comportamentos e divulgam valores sociais, quais os valores e o papel para a mulher que as marcas querem transmitir?
Sempre que fui escutado fui alterando este comportamento colocando os diversos atributos nos lugares devidos: os argumentos singulares do futebol em evidência, as marcas a valerem por si e as mamas nos lugares adequados (até por respeito a todos os intervenientes e às suas proprietárias).
Ontem, na cerimónia de entrega do Troféu na Luz, lá reparei que elas voltaram à cena. Não sei se as pessoas repararam bem na taça, nos patrocinadores, nas medalhas ou nas mamas comprimidas que as transportavam.
Sei que há práticas que se impuseram ao longo de décadas sem que as pessoas parem para pensar sobre a eficácia e ou os valores do que estão a fazer e a transmitir.
Umas leituras sobre neuropublicidade ou sobre o ruído e sobreposição de mensagens ajudaria os patrocinadores e os decoradores de cerimónias oficiais a perceberem se o que fazem é proveitoso e acrescenta algo.
Por fim, e se as mulheres estão em maioria, então comecem a meter uns gajos também, e descascados.
De qualquer modo pertenço àquela escola que aprecia belas mulheres e homens bem vestidos e onde os atributos da elegância vão sendo descobertos e realçados normalmente e não atirados para a cara das pessoas como peças de carne num talho de segunda categoria.
A questão que coloco é se as marcas patrocinam aquele tratamento ostensivo e discriminatório da mulher? Se vendem mais produtos assim? Se a marca é mais memorizada? Se os dirigentes e as suas mensagens sobressaem mais no acto?
A bola tem curvas e argumentos que não precisam de mais condimentos dentro das quatro linhas.
Em Outubro de 2011 referia-se aqui neste poleiro que a "segmentação de 'produto' e de público é a principal virtude da 'cabo'. Aquilo que cada um quer ver é aquilo que cada um vê. É verdade que há canais com mais e menos qualidade, mas é inegável que a oferta é variada e contínua".
E nesta lógica o PiaR chamava a atenção para o Fuel TV, como uma "das melhoras coisas e mais refrescantes que a 'cabo' tem para oferecer, já que abre uma janela para modalidades mais 'extreme' e para tendências que os generalistas nacionais nunca ousaram sequer dar uma amostra, por mais pequena que fosse".
E acrescentava que "além da excelente qualidade dos seus programas e filmes, o Fuel TV, que é um canal internacional, tem conteúdos nacionais, fazendo, por exemplo, a cobertura de algumas provas em Portugal".
Pois esta Quinta-feira, lia-se na Meios & Publicidade que, embora o Fuel TV não tenha surgido há muito tempo na grelha de canais dos principais operadores de televisão nacionais, "já se está a assumir como uma potencial plataforma de comunicação das marcas com o segmento mais jovem. Marcas como a Moche já não dispensam o canal no seu plano de meios". Mas muitas mais há.
Com o título do post acho que está tudo dito. Esta campanha é simplesmente genial. Num tempo em que as pessoas gostam de autofagia, uma excelente campanha para que as mulheres sejam mais auto confiantes. E ainda dou mais valor por saber que está um português na génese criativa.
O tímido posicionamento das marcas no Grande Prémio F1 do Bahrein no próximo Domingo, para ler aqui.
Este fim de semana vi na RTP duas reportagens sobre a "Hora do Planeta". Uma sobre a iniciativa a nível global e outra focada apenas em Portugal. A peça da iniciativa em Portugal foi sobre "um hotel no Porto". Assim. Sempre e apenas referência a "hotel". Quer na voz do jornalista como nas legendas. A directora do hotel identificada como “directora de hotel”. Irrita-me esta “dificuldade” de referirem marcas. Qual o problema?? Se fosse notícia pela negativa aposto que a marca era destacada.
Esta questão não é, infelizmente, nova. Estes casos são praticamente diários.
Esta "teimosia" dos media em não fazerem referência a marcas podia/devia ser motivo para uma iniciativa de sensibilização junto de directores e editores. Uma iniciativa por exemplo da Centromarca com envolvimento de associações como APAN e APECOM, entre outras.
No âmbito de um artigo sobre Certificações fui desafiado pela Distribuição Hoje para um artigo de opinião. No final do artigo, poderão ler as ideias que me ocorreram para responder a este desafio.
Imagem de um anúncio televisivo do Pingo Doce no âmbito de uma campanha publicitária liderada por Duda Mendonça
A decisão da Francisco Manuel dos Santos SGPS, detentora da Jerónimo Martins, de vender todo o capital que detinha neste grupo à sua subsidiária na Holanda (ou seja, fica tudo em casa) não poderia deixar de provocar, à boa maneira portuguesa, uma acesa e intensa discussão, com argumentos a serem ruidosamente esgrimidos de muitos lados e as forças políticas, escandalizadas, a anunciar medidas de emergência como se esta fosse uma realidade nova.
Na verdade, esta situação é normal e está perfeitamente enquadrada no direito comunitário ao abrigo de um princípio chamado “livre circulação de capitais”.
Neste capítulo, goste-se ou não, a decisão dos homens fortes da Jerónimo Martins é meramente um acto de gestão, que muitas empresas fazem e que, certamente, os accionistas agradecerão. Pelo menos para já.
Porque, a questão mais importante, na modesta opinião deste poleiro, não se coloca nas razões por detrás de tal decisão, mas sim, nas consequências da mesma para a imagem e notoriedade da marca Pingo Doce.
Uma marca que nos últimos tempos tinha apostado num reposicionamento que estava a dar frutos, muito centrado nos valores tradicionais de uma sociedade portuguesa e na qualidade que as terras deste País oferecem aos consumidores.
Uma estratégia de comunicação e de marketing que, entre outras coisas, passou pela contratação de uma estrela "marketeira" brasileira (que tanta polémica deu) e que, gostos à parte, parece ter resultado. Pelo meio, foram apregoados determinados valores muito associados à imagem de Portugal e ao conceito “nacional”, com os quais o consumidor se identificou, o que se reflectiu de forma muito objectiva e positiva no negócio da Jerónimo Martins.
Ainda no âmbito desta estratégia, foi criada, em 2009, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, numa lógica de “devolver à comunidade” em forma de informação e de formação os milhões de euros de lucros que aquela propicia à Jerónimo Martins.
Uma dinâmica virtuosa, onde todos ganham, até porque “a fundação tem como principal objectivo estimular o estudo da realidade portuguesa, com o propósito de assim contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, lê-se no seu site.
Ora, o perverso da decisão de gestão agora conhecida é que corrói toda a percepção que os portugueses foram construindo nos últimos três, quatro anos em relação à marca Pingo Doce.
E se há coisa que irrita profundamente o consumidor é a incoerência descarada das marcas, que pode ser interpretada como uma ofensa. E será precisamente isso que, neste momento, muitos consumidores começam a sentir.
Doravante, por exemplo, sempre que alguém olhar para um anúncio ou para uma campanha do Pingo Doce a exortar ao consumo de produtos nacionais no sentido de ajudar os produtores deste burgo, o consumidor há de dizer: “Pois, pois, isto é tudo muito bonito, mas na hora de pagar impostos em Portugal, ala que se faz tarde e toca a marchar para a Holanda.”
E isto pode ser fatal para uma marca como o Pingo Doce, mas logo se verá. Seja como for, há sempre a possibilidade daquilo que a Jerónimo Martins poupar em impostos arriscar-se a perder na notoriedade, e mais tarde nos resultados do negócio.
É caso para dizer que o barato poderá sair caro.
Um estudo da Havas Media conclui que a maioria dos consumidores não se importaria se 70% das marcas presentes no mercado deixasse de existir.
Não resisiti a colocar aqui a imagem que o PRDaily usou para ilustrar esta situação.
Fontes: aqui
Esta acção podia muito bem acontecer em Portugal.
O IKEA era um cliente por muitos desejado e por alguns disputado. Fica-se hoje a saber que a Inforpress foi a vencedora, substituindo a PURE.
Da parte das Consultoras tudo normal. Já do IKEA ... é rever esta notícia e depois ler a de hoje.
“Nem todos os que procuram a Índia acabam por encontrar o Brasil”, o que se pode traduzir como, “São poucos os que errando conseguem encontrar uma oportunidade no erro”.
A LOMO (Leningradskoye Optiko Mechanichesckoye Obyedinenie - União de Óptica Mecânica de Leningrado) é um dos (poucos) casos de sucesso.
Embora a empresa tenha sido criada em 1914 com o propósito de fornecer os mais diversos produtos para o exército russo, a sua história poderia começar apenas em 1991.
A Lomo Kompact, um dos produtos da empresa LOMO, foi criada em 1984,com o objectivo de ser uma máquina de espionagem, que acabou por fracassar pela sua “pouca qualidade” (nota: existem versões diferentes do porquê de terem saído de linha de produção)… e foi essa falta de qualidade que a tornou num sucesso.
Em 1991, as misteriosas máquinas foram descobertas por dois jovens vienenses que, atraídos pela cor, luz e imagem, desfocada ou focada, se tornaram embaixadores daquele produto. Em 1995 nasceu a Sociedade Lomográfica e a primeira embaixada Lomo, em Viena (que hoje em dia estão por todo o mundo).
O que há de tão mágico nas “Lomo”? Tornaram-se máquinas não só de culto, mas de uma cultura, a cultura lomográfica. Um lomógrafo sente que faz parte de uma comunidade, que pertence a um grupo unido por algo muito específico: mais do que um produto, uma paixão comum.
Por outro lado, as Embaixadas Lomográficas promovem as mais diversas iniciativas de dinamização da comunidade, como encontros, workshops, fóruns de discussão…
Andamos tão preocupados a tentar criar comunidades, que nem concluímos que as verdadeiras comunidades são as que nascem pelas mãos dos consumidores...
Afinal, já dizia Matthias Fiegl “You don´t buy the camera, you buy the membership, and this is your tool for the membership”.
Esta é a cara do Google do dia 2 de Fevereiro de 2011, hoje.
Muitos se estarão a interrogar o que tem isto a ver com comunicação... ao que respondo, tudo! A “exploração do saudosismo”, quer da nossa infância, quer da juventude, é uma forte arma de comunicação de muitas marcas. Gostamos de comprar, interagir com coisas que nos fazem remetem para o passado, geralmente "tão belo e feliz".
Por outro lado, há marcas que são "naturalmente saudosista"… Quem nunca bebeu um Capri-Sone, só para recordar?
E como recordar sabe tão bem…Obrigada Google!
A relação entre as marcas e o futebol é já antiga e sabida por todos. O desporto rei desperta paixões, e esse é também o objectivo primordial da maior parte das marcas.
Ter uma “Liga Zon Sagres” ou mesmo uma “Liga Orangina” já é algo que é encarado com normalidade, mas … e a imagem abaixo (jogo de dia 22 de Janeiro de 2011)?
Is that hard selling?
Depois disto, tanto que poderia ainda ser dito sobre a novela Ensitel, mas quando já outros o disseram, mais vale linkar.
Ensitel e o pesadelo das redes sociais da Alda Telles
Ensitel (The Streisand Effect) do Pedro Aniceto
Ensitel vira assunto do dia nas redes sociais...pelas piores razões da Daniela Espírito Santo
Imaginem uma empresa que se depara com uma crítica de uma cliente na social media e em vez de ligar para a Agência / Consultora de Comunicação liga para o Escritório de Advogados … conseguem imaginar? O que será que acontece? Eu, assim de repente diria: uma crise em escalada! Ora pois!
Não precisam de imaginar mais, comecem por ler este post e depois deliciem-se.
No momento que escrevo este post a dita empresa é bem capaz de estar como trending topic no twitter.
adenda: olho de manhã para o twitter e o assunto continua a dar que falar. Que falar e mais! Já existe vídeo sobre esta "novela". Ora vejam ... (tirado daqui)
O 25 de Abril das redes sociais
por: Virgínia Coutinho
Organizadora do Upload Lisboa
Que a maioria das marcas quer estar nas redes por “ver estar os outros”, não é novidade para ninguém.
Que dessa maioria uma grande parte não contrata agências, porque “o filho do patrão, que ultrapassa a média de horas gastas no Facebook o ensinou a trabalhar com essa ferramenta/meio” também já tínhamos percebido. Há, no entanto, a outra parte que caminha a passos largos para a maioria. Falo das empresas que entregam as suas contas a agências que pouco sabem da área.
A moda de as empresas estarem presentes nas redes sociais criou a moda de as agências passarem a disponibilizar serviços de comunicação online e gestão de redes sociais, mesmo sem terem um conhecimento efectivo sobre o assunto.
Há uns meses fiquei alarmada quando um representante de uma agência, e responsável pela área online, me confidenciou que se queriam posicionar como “líderes de mercado no fornecimento de serviços de comunicação digital para PMEs”. Até aqui tudo bem, não fosse o desconhecimento que demonstrou relativamente às diferenças entre um perfil e uma página, cinco minuto depois de ter revelado a sua visão.
Este episódio serve apenas de prelúdio à análise que gostaria de fazer acerca de uma outra situação.
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