Quinta-feira, 26 de Novembro de 2015

Costa chama cega e cigano para o Governo

Bem... não tenho palavras para este título, por isso fica apenas a imagem.

 

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Actualizado às 11:50

E as imagens satíricas começam a surgir...

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publicado por Virginia Coutinho às 11:44
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Sexta-feira, 5 de Junho de 2015

Dúvidas existenciais

Que estranhos critérios editoriais dos dois jornais especializados em economia (Negócios e DE) quando, no dia a seguir à apresentação do relatório de gestão e contas de 2014 de uma entidade nacional com um orçamento anual de mais de 200 milhões de euros e que emprega mais de 5500 colaboradores, nem sequer uma breve dedicam ao tema. Talvez a Helena Garrido ou o Raul Vaz possam elucidar os leitores deste poleiro. 

publicado por Alexandre Guerra às 13:10
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Quarta-feira, 27 de Maio de 2015

Será o prenúncio de uma fusão entre o SOL e o i?

As movimentações anunciadas por estes dias nos dois jornais do grupo Newshold, com Vítor Rainho e José Cabrita Saraiva a transitarem do SOL para os cargos de director e director-adjunto do i, respectivamente, parecem prenunciar algo que em várias conversas que este poleiro teve com diferentes "fontes" se especulava: a fusão do SOL e do i. De acordo com o que foi dito ao autor destas linhas há uns tempos por um responsável editorial de um daqueles jornais, em cima da mesa poderá estar uma solução que aponte para o modelo inglês, ou seja, um jornal diário, com uma edição própria de fim-de-semana.

 

E nesse sentido é interessante analisar-se a troca que Luís Osório faz entre a direcção interina do i pela direcção executivo do SOL. Sem dúvida que Osório tem um perfil jornalístico mais adequado a uma edição de fim-de-semana, mais virado para os artigos longos, de tendências, mais reflectivos e culturais. Por outro lado, Vítor Rainho parece ter uma atitude mais dinâmica e pragmática, requisitos essenciais para quem diariamente procura notícias e tem de lidar com a pressão da agenda mediática. 

 

Para já, trata-se apenas de uma palpite do PiaR, mas vendo bem as coisas, e atendendo aos tímidos números das vendas efectivas em banca (e não daquilo que se diz que se vende) e à necessidade de se optimizar recursos e dinamizar dois produtos que, claramente, têm vindo a perder gás desde que apareceram no mercado, talvez a fusão entre os dois jornais fosse o melhor caminho a seguir.

publicado por Alexandre Guerra às 16:19
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Quinta-feira, 16 de Abril de 2015

360º e Macroscópio, ao nível do melhor que se faz no estrangeiro

Num deserto de ideias e de qualidade que, neste momento, invade o panorama jornalístico português, torna-se ainda mais relevante salientar os projectos inovadores que conseguem cativar leitores e, extraordinariamente, meter as pessoas a falar sobre isso. Como já o tinha aqui feito anteriormente, o PiaR só pode elogiar a chegada do Observador ao universo dos meios de comunicação social nacionais, mas gostava agora de destacar, em concreto, os formatos apelativos -- que, nalguns casos, são (bem) importados de jornais e sites internacionais --, tais como as newletters 360º, do David Diniz, enviada ao início da manhã para os seus subscritores, e o Macroscópio, do José Manuel Fernandes, que segue ao final da tarde para as respectivas caixas de e-mail. Duas excelentes ferramentas noticiosas e de análise, ao nível do melhor que se faz no estrangeiro. 

publicado por Alexandre Guerra às 12:13
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Terça-feira, 24 de Março de 2015

Critérios

O Ministério do Interior francês já informou que o mais provável é que as 150 pessoas que estavam a bordo do Airbus 320, que se despenhou esta manhã no sul dos Alpes franceses, estejam mortas. Todos os meios de comunicação social nacionais e internacionais estão a dar natural destaque principal a esta notícia. O Público, no alto da sua sabedoria, mas também da sua cegueira editorial, faz isto: às 11h41, quando já toda a Europa falava no assunto, o on line daquele jornal ainda dava destaque à, certamente, não menos importante notícia da obesidade em Portugal.

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publicado por Alexandre Guerra às 11:29
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Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2015

Nous sommes Charlie

O Obervador partilhou uma fotogaleria com algumas capas de jornais que destacaram o massacre de ontem/ o movimento "Je suis Charlie".

Está muito interessante e podem vê-la aqui.

 

Por cá, acho que a capa do Jornal i foi muito bem conseguida e aqui ficam as minhas felicitações pelo trabalho.

 

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publicado por Virginia Coutinho às 11:55
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Quarta-feira, 3 de Setembro de 2014

Uma rentrée jornalística turbulenta

A rentrée jornalística está a ser turbulenta, com várias movimentações ao nível das cúpulas de alguns jornais. Há quem diga que não vai ficar por aqui e é muito provável que este sector venha a conhecer mais novidades nos próximos tempos. Quem sabe, a criação de novos projectos ou a reformulação de outros já existentes.

 

Para já, as novidades que se conhecem referem-se ao DN, ao semanário Sol, ao jornal i e ao Record. Porém, é expectável que mais coisas aconteçam nestes meios, por exemplo, ao nível da dinâmica entre o DN e o JN ou entre o Sol e o i. Refira-se que, embora seja praticamente inexistente comercialmente, o i é um produto muito interessante e que poderá ter futuro se for bem pensado e orientado.   

 

Quanto ao Record, tem a dupla vantagem de se alimentar do filão do futebol (bem mais rentável do que o da política ou da economia) e de ter a poderosa Cofina por trás. 

 

À parte destes meios, também outros deverão (ou deveriam) vir a passar por algumas mudanças.

 

Além disso, vai ser muito interessante ver se o projecto Expresso Diário se afirmará categoricamente, porque, caso contrário, corre o risco de morrer ainda durante o primeiro ano da sua existência. 

 

Por outro lado, o Observador terá nos próximos meses uma fase importante do seu crescimento, já que parece estar a "entrar bem" num tipo de leitor mais jovem e urbano. Mas a questão principal é perceber se aquele projecto terá capacidade financeira para se manter operacional, independentemdente das receitas, sem compromoter a sua qualidade. 

publicado por Alexandre Guerra às 13:15
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Domingo, 20 de Julho de 2014

Sem vedetismos nem snobismos

Ao ouvir a convidada de Rita Ferro no programa "Conta me tudo" deste Domingo na Antena 3, este poleiro ficou a conhecer mais uma história de vida que foge aos standards do quotidiano da maioria das pessoas. Com 31 anos, Mariana Moura Santos, designer de media digital, lá foi contando o seu percurso profissional... Do mestrado na Suécia ao trabalho no Reino Unido, passando pelas palestras na América do Sul às novas funções em Miami. Além da perseverança e resiliência, Mariana contou um episódio que acabou por lhe abrir as portas no jornal britânico The Guardian. E o curioso deste episódio é que jamais poderia acontecer em Portugal.

 

Conta então a Mariana que, no âmbito de entrevistas que estava a fazer em Londres para um trabalho de mestrado, "teve a sorte" de estar três horas a falar com o director de tecnologia do The Guardian. E no seguimento dessa conversa, Mariana percebeu que naquele momento poderia haver a possibilidade de concretizar um sonho: fazer parte da equipa do jornal britânico na área das tecnologias. O director acabou por convidar Mariana a estagiar no jornal e no fim da história, os dois acabaram por criar o Guardian Interactive Team. 

 

Aquilo que o autor destas linhas pensou de imediato ao ouvir esta história, foi tentar perceber se tal história seria possível acontecer entre uma estudante nas mesmas condições da Mariana e um director/editor de um jornal português. A resposta é clara: dificilmente. Além de um snobismo e arrogância muito característicos de uma boa parte das chefias da imprensa nacional (felizmente cada vez menos), quantos se dariam ao trabalho de ter uma conversa de "igual para igual" com uma estudante? 

 

Quem tem experiência de jornalismo e aqueles que, enquanto consultores de comunicação ou assessores, lidam com editores e chefias, provavelmente compreenderão o que aqui se escreve.  

 

A primeira vez que o autor destas linhas, então como jornalista, teve uma clara percepção da diferença de comportamentos entre as "estrelas" desta praça, quase inacessíveis, e repórteres de referência internacional, foi há já uns bons anos no Médio Oriente. Primeiro, em Gaza, com Miguel Ángel Bastenier, um nome incontornável do El País. Na altura, em 2002, o autor deste poleiro ficou supreendido pela simpatia e disponibilidade que Bastenier demonstrou para com este, então, jovem jornalista. Sem vedetismos nem snobismos, Bastenier fez sempre questão de manter uma relação de igual para igual. Ora, só quem desconhece profundamente os comportamentos de algumas "vedetas" do nosso jornalismo, estranhará esta comparação.

 

Mas este poleiro poderá fazer ainda uma outra referência. Ainda no mesmo ano, mas desta vez em Ramallah, o autor destas linhas lembra-se da simplicidade com que a conhecidíssima Barbara Plett, da BBC, convivia com os restantes colegas de profissão, sem qualquer presunção ou arrogância.

 

Duas histórias relembradas por este poleiro a propósito da conversa de três horas que a Mariana teve com um director de um dos mais prestigiados jornais do mundo.

publicado por Alexandre Guerra às 14:45
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Sexta-feira, 18 de Julho de 2014

Horrível

É o melhor adjectivo para o que se passou ontem... e também serve para descrever esta capa do Correio da Manhã.

Como é possível colocarem uma imagem com cadáveres na capa? Onde está a ética e respeito, essencialmente pelos familiares das famílias.

Muito mau, CM, muito mau...

 

Aproveito ainda para realçar que este acontecimento foi capa por todo o mundo. Nos jornais em que vi a página não havia um corpo ou uma imagem chocante ( El Pais, La vanguardia, El Correo, Le Figaro, Daily Mail, Metro, La Presse, Correio do Brasil, O Globo, Estado de São Paulo, Jakarta Post, ClarinX, El Universal, Folha de Pernambuco).

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publicado por Virginia Coutinho às 09:40
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Segunda-feira, 14 de Julho de 2014

Fundações Jornalísticas, um livro de Filipe Alves

 

Comecei a ler este fim-de-semana o livro recentemente publicado pelo jornalista Filipe Alves (Diário Económico), de título "Fundações Jornalísticas". A associação com o artigo partilhado aqui com o Alexandre foi imediata.

 

Este livro surge no seguimento da tese de Mestrado do jornalista, que pretende explorar novos caminhos para viabilizar a actividade jornalística, como mecenato (mencionado no artigo partilhado pelo Alexandre), fundações,... É um livro de fácil leitura, com uma grande qualidade de escrita e recomendado a todos os profissionais de comunicação!

 

De realçar ainda que, para além da reflexão, podem encontrar um excelente enquadramento, com a história detalhada da imprensa portuguesa, dados e informações muito úteis sobre os grupos de media e diversos meios.

 

 

publicado por Virginia Coutinho às 09:41
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Quinta-feira, 19 de Junho de 2014

Os jornais acabaram enquanto negócio. Agora é preciso pensar em mecenato

O anúncio feito pela administração da Controlinveste, no passado dia 11, relativo a "um processo de redução de efectivos no total de 160 postos de trabalho o qual inclui um despedimento colectivo que abrange 140 colaboradores e um conjunto de negociações para rescisão amigável de contrato abrangendo cerca de 20 postos de trabalho", não deixou de ser uma amarga surpresa, mesmo tendo em conta as dificuldades que todo o sector da comunicação social tem atravessado nos últimos anos. 

 

E a surpresa deve-se, sobretudo, à dimensão dos números, com mais de 60 jornalistas envolvidos pertencentes a vários meios da Controlinveste, numa altura em que se pensava que os ajustes mais dramáticos dos principais grupos de comunicação social já tinham sido efectuados. Efectivamente, nos últimos anos, todos os jornais, televisões, rádios e agências noticiosas viveram períodos conturbados, com despedimentos colectivos, ajustes no seu quadro profissional, reformas antecipadas e, em muitos casos, renegociação salarial.

 

Essa foi uma realidade que o próprio autor deste poleiro foi acompanhando em inúmeras conversas de corredor com jornalistas, fotógrafos, editores, directores, paginadores, entre outros. Mas, depois dessa "tempestade", e com as redacções mais "magras", "leves" e "baratas", também se notava que as coisas começavam a estabilizar, com a sensação de que "o pior já tinha passado". Não se perspectivavam, assim, mais despedimentos massivos, como aquele que foi anunciado agora pela Controlinveste. Um número absurdo, tendo em conta que só o DN e o JN vão ficar com menos 44 jornalistas. E, por exemplo, a TSF com menos sete. 

 

Além da dimensão humana deste problema, a questão principal tem a ver com a falta de enquadramento em termos de paradigma com que estas alterações e despedimentos são feitos. Ou seja, está-se perante meras operações contabilísticas, sem qualquer sustentação naquilo que deveria ser o modelo do jornalismo no futuro e do negócio que o sustenta. Isso acontece em parte porque ainda não se sabe bem qual o caminho que o jornalismo deve seguir e, muito menos, que esquema de financiamento o pode viabilizar.

 

Como alguém dizia a este poleiro num almoço recente, fazer depender hoje em dia um projecto jornalístico de receitas de publicidade e de vendas em banca (ou por assinatura) é receita para o desastre... Como, aliás, se viu com projectos editoriais recentes em Portugal, que foram lançados cheios de pujança, mas alicerçados em modelos obsoletos e que, rapidamente, se viram confrontados com a dura realidade dos números. 

 

E nesse mesmo almoço discutiram-se novas formas de negócio que possam viabilizar os jornais e o jornalismo num futuro próximo. E um desses modelos passa por uma espécie de mecenato. Uma possibilidade também observada por João Miguel Tavares num artigo recente do Público. No fundo, parte-se do princípio que tem de haver um investimento financeiro sem uma lógica de lucro inerente (e até mesmo a "fundo perdido"), já que quando uma entidade, seja de que natureza for, decide apoiar uma orquestra, uma equipa de ciclismo, uma exposição ou um projecto escolar não espera dali um retorno monetário. O que está em causa é um outro tipo de "retorno", que pode ser cultural, social ou de outra índole.

 

Este é apenas um caminho que o jornalismo e os jornais poderão vir a seguir nos próximos anos. Para já, ainda não foi encontrada a fórmula que garanta a sua viabilidade saudável para o futuro.

publicado por Alexandre Guerra às 23:15
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Sexta-feira, 30 de Maio de 2014

Ricardo Costa, director do Expresso, vs Ricardo Costa, irmão do político

A "carta a um irmão político" de Ricardo Costa é um documento bonito, emotivo e sincero. É um tipo de registo raro no jornalismo em Portugal. O problema é que a questão não é aquilo que Ricardo Costa agora pensa, sente ou perspectiva, mas, sim, o que a realidade e as contingências da política ditarão nos próximos tempos. E aí, outros sentimentos, dilemas e dúvidas poderão surgir.

 

Muito provavelmente, há de chegar o dia em que Ricardo Costa, o director do Expresso, se irá "confrontar" com o outro Ricardo Costa, o irmão do político. É uma questão interessante e que não é de fácil resolução. Para já, Ricardo Costa materializou aquilo que lhe vai na alma e na razão numa espécie de carta de intenções para com os leitores do Expresso e para com o seu irmão.  

 

Porém, e na modesta opinião deste poleiro, tendo em conta as regras do "jogo" do jornalismo e da comunicação política, o instinto de Ricardo Costa foi certeiro quando se disponibilizou para abandonar o cargo de director do Expresso. Num gesto de compreensível confiança, a administração da Impresa recusou. Assim sendo, logo se verá se as convicções de Ricardo Costa resistirão à truculenta lógica político-partidária portuguesa.

publicado por Alexandre Guerra às 15:01
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Sexta-feira, 23 de Maio de 2014

Isto nada tem a ver com jornalismo

Há quem lhe chame jornalismo cor-de-rosa, amarelo ou de qualquer outra cor. É um erro. Por uma questão de elementar decência, ninguém deve considerar isto jornalismo.

publicado por Pedro Correia às 14:04
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Quinta-feira, 15 de Maio de 2014

Já não há paciência

 

Para a palava maldição e para esta tendência tão portuguesa de justificar desaires próprios com a suposta intervenção de forças ocultas. Basta percorrer os olhos pelas capas dos jornais de hoje e lá salta o famigerado lugar-comum que nada explica e dá uma imagem muito pálida do nosso talento jornalístico:

«Maldição» (Record)

«Derrota na maldição dos penáltis» (Correio da Manhã)

«Beto foi maldição que chegue» (O Jogo)

«A maldição de Beto Guttman» (Jornal de Notícias)

publicado por Pedro Correia às 12:09
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Sexta-feira, 2 de Maio de 2014

Combate ao lugar-comum

Em jornalismo, muitas vezes, a melhor regra é não haver regra. Voltei a pensar nisto há dias, depois de ler na imprensa um chorrilho de confrangedores lugares-comuns a propósito da recente morte de Gabriel García Márquez. Parecia um concurso de clichês, qual deles o pior.

Até que peguei na revista Veja, que raras vezes me decepciona. E leio enfim um obituário imaginativo sobre o grande escritor colombiano. Que começa assim:

«Passados muitos anos, diante da notícia da morte do escritor, seus leitores haveriam de recordar o dia em que Gabriel García Márquez os levou a Macondo e os apresentou aos Buendía, uma estirpe trágica condenada a 100 anos de solidão, e cujos membros eram propensos aos mais estranhos fins - um ancião da família fundiu-se à vegetação do quintal, uma moça reclusa em um convento fugiu voando, alçada por borboletas, um bebê com rabinho de porco foi carregado por formigas.»

Brilhante paráfrase, afinal, do parágrafo de abertura de Cem Anos de Solidão. Uma fórmula imaginativa a que chegaram os autores da prosa, Jerônimo Teixeira e Rinaldo Gama. Numa lógica de combate ao lugar-comum.

Confirma-se: a melhor regra é não haver regra alguma.

publicado por Pedro Correia às 16:11
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(Mais uma) Opção editorial errada e incompreensível

 

Mais uma primeira página do Público que desafia as mais básicas regras que regem o bom jornalismo

 

Compreensivelmente, em termos editoriais, todos os jornais generalistas (CM, JN, DN e i) optaram hoje por chamar para a primeira página uma grande fotografia do Benfica no jogo de ontem com a Juventus. Foi uma opção correcta. Não se trata de uma questão subjectiva nem de gosto, mas sim de um critério técnico noticioso. Tão simples quanto isso. 

 

Ora, o Público, mais uma vez, desafiou essa lógica jornalística e enveredou por critérios editoriais, no mínimo, estranhos. Qualquer estudante de jornalismo identificaria, sem problemas, onde está o erro da primeira página do Público de hoje. Ao remeter a vitória histórica do Benfica para uma pequena chamada de primeira página, o Público violou regras básicas que regem o jornalismo.

 

Então, perguntará o leitor deste post, se o erro é tão evidente, por que é que aquela decisão foi tomada pela sua direcção? O PiaR não sabe a resposta a isso, mas talvez alguém da direcção do Público possa esclarecer.

publicado por Alexandre Guerra às 15:06
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Segunda-feira, 31 de Março de 2014

O (mau) jornalismo

Leio a Revista Sábado, recebo-a em casa (não por muito mais tempo) e estou cada vez mais decepcionada com a falta de qualidade dos temas abordados (última edição destaca Margarida Rebelo Pinto) e a falta de rigor jornalístico (o que infelizmente se tem tornado frequente em muitas publicações).

 

Destaco aqui um exemplo, da edição de 13 a 19 de março. Leia-se "Em 1973, um grupo de terroristas do IRA elaborou um plano para assassinar o príncipe Filipe, marido de Isabel II e Inglaterra". No entanto, em vez da fotografia do princípe Filipe mencionado, colocam a do princípe Filipe das Astúrias, que no ano mencionado tinha 5 anos. Diria que é um daqueles erros inadmissíveis e rídiculos que não esperamos ver em nenhum meio credível.

 

 

 

Esta não é a primeira vez que aponto o dedo à sábado e poderão encontrar aqui uma crítica à sua gestão de redes sociais.

 

 

 

publicado por Virginia Coutinho às 14:45
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Quarta-feira, 19 de Março de 2014

Jornalismo na Era Digital

Interessante e pertinente ideia da Guess What.

Os jornalistas continuam (e continuarão) a ser um público privilegiado com quem nos relacionamos diariamente, pelo que devemos estar atentos às formas como podemos, a todo o tempo, ser mais eficazes na comunicação com eles.

publicado por Rodrigo Saraiva às 14:17
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Sexta-feira, 14 de Março de 2014

[Word of Mouth] Comunicação Emergente


 

Comunicação Emergente

 

por: Nuno Roby Amorim

Assessor de Imprensa Embaixada do Reino de Marrocos 

 

- “Como é que se chama o tipo com quem vamos falar esta manhã e o que é que ele faz?

 

A questão da jornalista no aeroporto da Portela naquela manhã poderia parecer normal caso eu não tivesse entregado previamente a todos os jornalistas um volumoso dossier com uma agenda completa da viagem, biografias de todas as personalidades com quem nos íamos encontrar e ainda uma explicação das instituições bem como a sua respectiva contextualização social, politica e económica. O caderno estava feito de uma forma suave e de fácil leitura com os temas a não excederem uma página A4. Mesmo assim deu para perceber que a maior parte dos membros da imprensa tinha desprezado toda essa informação.

 

Há alguns anos, quando foi coordenador de informação num canal televisivo e tinha que “distribuir” trabalho pela redacção, já me fazia na altura muita impressão enviar alguém para um serviço e ter que lhe explicar o enredo desse mesmo serviço. Alguma parte da redacção não tinha lido os jornais do dia, ouvido a rádio ou acompanhado o seu próprio canal.

 

Quando há cerca de quatro anos me convidaram para fazer a comunicação de um país emergente em Portugal através da sua representação diplomática pareceu-me um trabalho altamente cativante e facilitado pelas excelentes relações bilaterais entre os dois países. Enganei-me redondamente. A imprensa portuguesa desconhece quase tudo o que se passa para além das suas fronteiras. Quando esta mesma comunicação social se aventura na análise ou simples reportagens sobre realidades distantes vem ao de cima uma mão cheia de lugares comuns, vulgaridades, inexactidões, informações repetidas e retiradas de outras fontes e sobretudo conteúdo atrasado e desfasado da realidade.

 

 

 

publicado por Rodrigo Saraiva às 09:08
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Quarta-feira, 12 de Março de 2014

Sobre a arte de titular

 

A arte de bem titular está ao alcance de poucos nas redacções de jornais. E é pena: um bom título é fundamental para agarrar o leitor - podendo, em certos casos, agarrá-lo para sempre.

Falo por mim: nunca mais esqueci o título do obituário do Professor Horus, um astrólogo que chegou a estar na moda em Portugal durante as décadas de 70 e 80. Quando morreu, o Diário de Notícias dedicou-lhe um excelente texto necrológico em que revelava facetas desconhecidas da sua biografia, designadamente ter sido praticante amador de pugilismo na juventude. O título era um achado: "O astrólogo que veio do boxe".

Certos títulos fizeram história na imprensa portuguesa. Alguns incorporaram-se até no léxico comum. Eis um deles: "De vitória em vitória até à derrota final", publicado no extinto semanário O Jornal, durante o atribulado mandato de Francisco Pinto Balsemão como primeiro-ministro, num executivo de coligação PSD-CDS, entre 1981 e 1983. Da autoria do chefe de Redacção daquele periódico, Manuel Beça Múrias, desaparecido demasiado cedo. Poucos como ele dominavam tão bem a arte de fazer títulos. Este - que se generalizou ao ponto de se tornar um aforismo dos nossos dias - foi importante também pelo seu carácter premonitório: o governo Balsemão cairia pouco tempo depois.

Hoje predomina a banalidade: muitas peças ficam estragadas com títulos incapazes de ultrapassar o lugar-comum. Quando surge uma excepção a esta regra anoto-a logo, com entusiasmo. Aconteceu-me a 15 de Dezembro, ao ler no El Mundo (em papel, pois na edição em linha lá surgiu um dos habituais títulos deslavados) o obituário de Peter O'Toole: enquanto outros periódicos se rendiam à linguagem formatada, inundada de clichés, o jornal espanhol deslumbrava com uma frase em título que era quase um poema: "Arenas doradas, mirada celeste". 

T. E. Lawrence, o Lawrence da Arábia, haveria de gostar.

publicado por Pedro Correia às 13:02
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