Bem... não tenho palavras para este título, por isso fica apenas a imagem.
Actualizado às 11:50
E as imagens satíricas começam a surgir...
A melhor capa do dia. Que foge aos lugares-comuns da palavra e da imagem para assinalar a conquista do 33º título nacional de futebol pelo Sport Lisboa e Benfica. Uma capa que eu gostaria de ter feito, se fosse benfiquista.
Parabéns ao jornal i: no campeonato da inovação o título é dele.
A arte de bem titular está ao alcance de poucos nas redacções de jornais. E é pena: um bom título é fundamental para agarrar o leitor - podendo, em certos casos, agarrá-lo para sempre.
Falo por mim: nunca mais esqueci o título do obituário do Professor Horus, um astrólogo que chegou a estar na moda em Portugal durante as décadas de 70 e 80. Quando morreu, o Diário de Notícias dedicou-lhe um excelente texto necrológico em que revelava facetas desconhecidas da sua biografia, designadamente ter sido praticante amador de pugilismo na juventude. O título era um achado: "O astrólogo que veio do boxe".
Certos títulos fizeram história na imprensa portuguesa. Alguns incorporaram-se até no léxico comum. Eis um deles: "De vitória em vitória até à derrota final", publicado no extinto semanário O Jornal, durante o atribulado mandato de Francisco Pinto Balsemão como primeiro-ministro, num executivo de coligação PSD-CDS, entre 1981 e 1983. Da autoria do chefe de Redacção daquele periódico, Manuel Beça Múrias, desaparecido demasiado cedo. Poucos como ele dominavam tão bem a arte de fazer títulos. Este - que se generalizou ao ponto de se tornar um aforismo dos nossos dias - foi importante também pelo seu carácter premonitório: o governo Balsemão cairia pouco tempo depois.
Hoje predomina a banalidade: muitas peças ficam estragadas com títulos incapazes de ultrapassar o lugar-comum. Quando surge uma excepção a esta regra anoto-a logo, com entusiasmo. Aconteceu-me a 15 de Dezembro, ao ler no El Mundo (em papel, pois na edição em linha lá surgiu um dos habituais títulos deslavados) o obituário de Peter O'Toole: enquanto outros periódicos se rendiam à linguagem formatada, inundada de clichés, o jornal espanhol deslumbrava com uma frase em título que era quase um poema: "Arenas doradas, mirada celeste".
T. E. Lawrence, o Lawrence da Arábia, haveria de gostar.
Este, assinado por Ferreira Fernandes, um dos melhores colunistas da imprensa portuguesa. Sob o título "Jornalistas sóbrios e manchetes alcoólicas":
O pano de fundo da questão é este. E este. Razões suficientes, na verdade, para citar Pessoa, por exemplo através do seu semi-heterónimo Bernardo Soares: "Cada qual tem o seu álcool. / Tenho álcool bastante em existir. / Bêbado de me sentir, vagueio e ando certo. / Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. / Se não são horas, vou até ao rio fitar o rio, / Como qualquer outro. / Sou igual. E por trás de isso, céu meu, / Constelo-me às escondidas e tenho o meu infinito."
Um novo jornal, só na Rede: A Batalha.
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