Um colega meu deu-me a conhecer este texto do Ragan’s PR Daily sobre a obsessão com a cobertura mediática. Kevin York, o autor, lembra que a definição de Relações Públicas não diz nada sobre “cobertura mediática” e que no início da profissão as “media relations” eram um meio e não um fim em si mesmas:
“The PR industry wasn’t founded on getting coverage. Most versions of the profession’s history include two-way communication with the public, along with informing, educating and influencing audiences. Though many early PR practitioners used media coverage as a tactic, coverage was a means to an end. It helped them reach people.”.
E mesmo a cobertura mediática deve ser vista em função dos públicos. Não enquanto número de notícias:” If coverage appears in a publication your target audience doesn’t actually read, it doesn’t count as coverage. Target the reader, not the publication or the journalist. “.
Costumo dizer que às vezes vale mais uma breve no sítio certo que dez páginas no sítio que não vai fazer mossa nenhuma. Este artigo diz o mesmo.
“The PR industry lost its creativity—and some of its business relevance—when it became too reliant on media coverage. Media is still a valuable communications tactic, but it’s just one piece of our job, one tool in our arsenal.”, deixa em jeito de conclusão o autor.
Vale a pena reflectir sobre o valor noticioso do silêncio: na maior parte dos casos, o preço aumenta na razão inversa das declarações que justificam sonoros títulos propagados pelos tambores mediáticos. Incluindo aqueles que não hesitam em fazer do mau gosto uma permanente senha de identidade.
Monica Lewinsky rompe agora um silêncio de uma década em sóbrias confissões à Vanity Fair. Talvez a mais relevante seja a de que chegou a ser aliciada com dez milhões de dólares para ampliar de viva voz o escândalo que a ligou ao ex-presidente Clinton.
Numa época fértil em propostas irrecusáveis, a recusa em falar ao longo deste tempo tornou cada palavra sua ainda mais cobiçável pela comunicação social de todos os matizes. Mas haverá justo preço para a dignidade que apenas o silêncio voluntário permite preservar?
"Todo necio / confunde valor y precio", escreveu Antonio Machado. Tinha razão, como sempre acontece com os melhores poetas.
Ontem, o Ministério Público (MP) fez buscas ao departamento financeiro do BES no âmbito de uma investigação em curso, que afecta as cúpulas daquela instituição bancária. No entanto, a imprensa diário de hoje limita-se a pequenas notícias no interior das suas edições (com uma excepção), sem haver sequer uma chamadinha de primeira página (aqui não há excepção). Nem mesmo a imprensa económica o fez.
Não querendo imiscuir-se nos critérios editoriais dos jornais, o autor deste poleiro questiona-se se aquela notícia não teria importância para uma maior visibilidade. E a razão para que tal não tenha acontecido estará relacionada com o facto do BES encher diariamente os jornais com publicidade de página inteira? Uma reflexão que o PiaR deixa aos seus leitores.
O Rui Calafate chama a atenção para as vendas reais da imprensa portuguesa. Os número são, efectivamente, desoladores.
Correio da Manhã - 111 993 exemplares diários
Expresso - 79 980 exemplares vendidos por edição
O "The State of the News Media 2012", da Pew Research Center Project for Excellence in Journalism, foi recentemente publicado.
Neste relatório poderão encontrar todas as informações sobre os media americanos: receitas, principais grupos, tendências, estudos de comportamento,... muitos desses dados que podem facilmente ser extrapolados para a realidade portuguesa.
Aconselho vivamente a sua leitura e deixo já aqui algumas informações interessantes:
- desde 2006 até 2011, os lucros da publicidade na imprensa passaram para menos metade.
- no ano de 2011 houve uma queda dos lucros de 7,3%, por oposição aos 6,3% de 2010.
- as audiências dos jornais online cresceram 7,4%, em 2011 (visitantes únicos, comparados entre Dezembro de 2010 e Dezembro de 2011).
- 44% dos americanos adultos possuem um smartphone, e 31% das pessoas que possuem smartphones também possuem tablets.
- 51% dos americanos que possuem smartphone, usam-no para consumir informação. No que se refere a tablets este número aumenta para os 56%.
Podem consultar o relatório aqui.
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