No outro dia o Alexandre fez aqui uma análise de uma música que, pela sua mensagem, tem (ou teria) condições para se tornar um hino de uma geração ou de um movimento. Tal já tinha acontecido em parte, como também refere o Alexandre com o “Que parva que eu sou” dos Deolinda. Num excelente post o Alexandre relaciona as mensagens da música com a manifestação “Geração à Rasca” e recorda o impacto, não apenas social e político, comunicacional daquele movimento.
Situações destas, em que movimentos sociais adoptam como seus músicas de mensagens fortes, não são um exclusivo de uma geração, nem de um país. A história encarrega-se de ir construindo momentos marcantes. Alguns mais efémeros, outros que deixam fortes marcas e trespassam calendários.
Ainda recentemente no Brasil a população saiu em força para as ruas. E continua a sair. Milhões de brasileiros em diversas cidades construíram impressionantes molduras humanas e obrigaram a “Presidenta” Dilma a tomar diversas medidas, que pelo que se vai assistindo são ainda insuficientes para satisfazer os brasileiros. Essas manifestações também adoptaram um hino e o seu nome virou o seu “grito de guerra”. Nas ruas e nas redes sociais o “Vem Pra Rua” tornou-se o mote e o motivador para demonstrar a vontade de mudanças do povo brasileiro.
Longe estariam os criativos da Leo Burnett Brasil de imaginar a dimensão que alcançou a sua criação para o seu cliente Fiat. A canção “Vem Pra Rua” foi a resposta criativa ao briefing recebido em que a Fiat, não sendo patrocinador oficial da Selecção brasileira nem do Mundial, queria mobilizar os brasileiros em torno da sua equipa e ocupar esse território tão disputado por marcas, onde muitas investem milhões.
Se o contrato da Leo com a Fiat tem cláusulas de sucesso por resultados obtidos o cheque deve ter muitos zeros.
Vejam o vídeo.
Radio
Categoria "Travel, Entertainment & Leisure"
Agência: Fuel Lisboa
Projecto: Pink Hollywood
Film
Categoria "Entertainment & Leisure"
Agência: Fuel Lisboa
Produtora: SYNC Lisbon
Projecto: Pride Heart
Categoria "Fundraising & Appeals"
Agência: MSTF Partners Lisbon
Produtora: Garage Films Lisbon
Projecto: First Time
Design
Categoria "Stationery"
Agência: MSTF Partners Lisbon
Projecto: Tell a Story
Promo & Activation
Categoria "Best New Product Launch/Re-Launch/Shopper Marketing)"
Agência: O Escritório Estoril
Projecto: A Small Demonstration
"Portugal is walking the crisis in high heels."
Rodney Collins, director da McCann Truth Central para a região EMEA, durante uma apresentação no Festival Eurobest 2013, a propósito da capacidade de Portugal de afirmação internacional e exportadora na indústria do calçado em pleno ambiente de crise.
Dos primeiros seminários realizados na 25ª edição do Festival Eurobest, a decorrer entre Quarta e Sexta-feira no Cinema São Jorge, em Lisboa, há dois conceitos que saltam de imediato à vista: "crise" e "partilha". A "crise" porque, nos dias que correm, é um factor incontornável para todos os profissionais que desenvolvem criatividade para marcas, instituições ou qualquer outro tipo de entidades. Sendo impossível fugir a essa realidade, é então preferível conhecê-la [a crise] melhor para que os homens da criatividade possam encontrar soluções que permitam acrescentar valor na "indústria da comunicação".
E terá sido Rodney Collins, director da McCann Truth Central para a região EMEA, que mais directamente pegou no tema ao fazer uma apresentação chamada "Creativity in Crisis", na qual divulgou em primeira mão um estudo feito em seis países (Portugal, Tunísia, Espanha, Itália, Chipre e Grécia), precisamente sobre a percepção que as pessoas têm da crise e como estas têm reagido perante a actual conjuntura.
Porque só compreendendo essas dinâmicas é possível responder à pergunta feita por Collins: "De onde vem a criatividade em tempos de crise?" E é na resposta a esta questão que se chega ao conceito de "partilha". Durante a apresentação, o director da McCann Erickson foi dando vários exemplos, em diferentes países, da criatividade assente na "partilha" de ideias, de valores, de marcas, de objectivos, etc. Para Collins está-se a viver "the new age of sharing".
Num seminário anterior, Rupert Bryan, da Motion Picture House, também chamava a atenção para a importância da concretização de "parcerias fortes" no processo criativo. Sobretudo nestes tempos, os criativos têm que meter o "ego" na gaveta e não ter medo de parcerias entre profissionais.
Mudar mentalidades é uma tarefa ardúa, muitas vezes impossível.
Vi num outro poleiro, o Relações Públicas sem croquete uma acção magnífica da Stiegl, cerveja austríaca e não quis deixar de aqui partilhar.
A marca trocou o seu rótulo por um bilhete de transportes públicos, com a mensagem implícita "se beber não conduza".
Gostei!
Com o título do post acho que está tudo dito. Esta campanha é simplesmente genial. Num tempo em que as pessoas gostam de autofagia, uma excelente campanha para que as mulheres sejam mais auto confiantes. E ainda dou mais valor por saber que está um português na génese criativa.
Manifestação e Adriana, Diana e Cacharel, rankings, especial agências no Diário Económico, Upload … são alguns dos temas que gostava de ter abordado aqui neste poleiro, mas a disponibilidade para escriba tem sido pouca.
Felizmente para quem acompanha este blog há mais tempo ou me vai lendo em outras plataformas, consegue ter noção do que penso sobre os temas. Quem não o faz pode sempre recorrer às tags ali na barra da direita e recuperar o muito que aqui já foi dito sobre algumas temáticas, em especial os rankings.
Ainda assim umas notas curtas.
Manifestação: embora seja um bom exemplo de como as pessoas estão cansadas dos políticos e do poder das redes sociais, convém não esquecer, tal como quando da Geração à Rasca, as manifestações só atingiram a enorme dimensão que atingiram, pois os media tradicionais ajudaram a potenciar. Para quem analisa na perspectiva da comunicação, conclui-se que o poder está na conjugação do mundo novo com o mundo antigo, entre os novos media e os media tradicionais.
Cacharel: Demasiado e desfocado ruído e indignação. Focando: quando o menino (a marca diz que foi à sua revelia) resolveu dar as entrevistas ultrapassou uma linha que não deveria. Se os media tivessem feito reportagem sobre os tais cartazes e faixas que andavam a ser disseminados, como se costuma dizer “azar”. A partir do momento que o menino deu a cara e manteve a história, passou de enredo a mentira. Ainda sobre a campanha e tendo em conta as similaridades com uma tal campanha da nokia no Brasil, resta dizer que a CRIAtividade foi substituída pela CÓPIAtividade.
Rankings: haverá mais a acrescentar? A tarefa de fazer um ranking é perto do impossível. Pelo menos tendo em conta diversos critérios que não apenas vendas e facturação (este é o critério mais fácil, que ainda vai sendo possível). Número de recursos humanos ou tempo médio de permanência de clientes são alguns dados pertinentes que deveriam ser tidos em conta. E para além da divergência de opiniões e interesses existentes no mercado, haverá sempre a questão que nem todas as Agências / Consultoras prestarem os mesmos serviços. Sobre este tema podem sempre recuperar a tag ranking.
Especial no Diário Económico: para o sector o resultado final não me parece positivo. Muito por culpa própria, mas também da parte do jornal. Se tenho de ler no editorial “Conhecer as redacções o melhor possível é essencial para o trabalho das agências. Mas esse é um objectivo que ainda falta atingir em muitos casos.”, o que percebo, também não posso deixar de dizer que fazer especiais requer que se conheça de facto o sector em análise. Nas culpas próprias dos profissionais de Conselho em Comunicação as habituais tricas, mas o que mais me choca é o “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. Então quando se metem a falar de preços baixos praticados por concorrentes é um festival. Enfim.
Upload Lisboa: esgotaram os bilhetes! É preciso dizer mais alguma coisa? Os organizadores estão de parabéns.
Sou a favor de premiar a criatividade e desta vez a minha escolha recai sobre a PJ e o nome da operação "Guns N Roses".
Muito resumidamente, a operação era relativa a tráfico de armas e envolvia uma cartomante de nome Rosa...
Não sei quanto a vocês, mas eu cá acho o nome genial!
Depois do vídeo com mensagem aos finlandeses que puxou pela auto-estima dos portugueses como há muito não se via, eis um novo vídeo que acredito que fará o mesmo efeito. Desta vez feito pela excentric que,recorde-se, produziu a História do Natal Digital. Porque existe ainda enorme potencial em Portugal e os portugueses têm provas dadas. Inspirados num texto de Nicolau Santos mobilizaram um conjunto de pessoas, algumas bem conhecidas, e eis o resultado, num apelo importante:
Já aqui apresentámos um pedido de casamento criativo e original. Desta feita voltamos a destacar uma Marriage Proposal, obviamente pela criatividade.
O vídeo acima, da PUMA, aqui bem destacado no buzzófias, ganha ainda mais força quando se fica a saber mais sobre o projecto pensado como uma forma de reforçar a associação da marca com o futebol. A começar pelo criativo nome - The PUMA Hardchorus. Mas há mais pormenores. Percebendo que o dia dos namorados deste ano era num domingo, tradicionalmente dia de jogo de futebol, foi criada uma acção em que se podia enviar uma mensagem personalizada para a namorada com o tal vídeo, onde um grupo de adeptos cantavam a música “Truly Madly Deeply”, demonstrando como eles se sentem por perder o jogo (aqueles “meninos” têm sentimentos).
A acção teve tanto impacto que a PUMA quis mais. Vai daí e criaram o The Hardchorus Song Contest, para que as pessoas votassem, no canal Youtube da PUMA, na sua preferida. Inglaterra, Alemanha, França, Itália e Ucrânia são os países que encontrei vídeos (mas, sem surpresa, ninguém bate os ingleses). Mas não se ficaram pela internet. Em centros comerciais ou junto aos estádios, em dia de jogos, montaram singing spots. Uma câmara de filmar e um microfone ou megafone e ... consumidores envolvidos.
Aqui podem ver alguns exemplos dos vídeos criados para o contest. O resto é divagar pelo youtube.
E em Portugal? Escapou-me ou não aconteceu?
Mais uma vez a Desafio Global, nomeadamente o "eventologist" Pedro Rodrigues, de parabéns. Pelo prémio também, mas principalmente por marcarem de forma irreverente e criativa um momento que costuma ser "chapa 5".
Parece que a dinâmica Lip Dub, em ambiente de ensino superior, chegou de vez a Portugal.
Depois da iniciativa do ISCTE é agora a Associação Académica da Universidade do Minho, em parceria com a Rádio Universitária do Minho, a promover a criação de Lip Dubs. Uma acção que pretende envolver toda a comunidade da Universidade.
Para tal organizaram um festival onde foram visualizados vários filmes e agora aguarda-se pelas movimentações até dia 13 de Maio.
Nós por cá ficamos a aguardar.
Confesso que pensei que a primeira acção de LipDub chegasse mais cedo a Portugal, depois de ter sido dado eco à acção mais famosa, feita no Canadá ao som de I Gotta Feeling.
Demorou mais um pouco, mas acabou por acontecer e logo seguindo a “tradição” do conceito, em ambiente universitário. Está de parabéns o ISCTE pela acção, dinâmica e mobilização que conseguiu produzir.
Há diversos momentos muito criativos e a provocar sorrisos. Destaco dois momentos deste LipDub, a intervenção do próprio David Fonseca e, lá pelo minuto 2.05 um belíssimo cachecol do Belenenses.
No momento em que escrevo este post o filme está quase a atingir as 59000 visualizações.
Senhor agente sou eu
por: João Villalobos
Dir. de Estratégia e Projectos Especiais - ipsis
Ao contrário do LPM ou do meu amigo Telmo Carrapa, gosto da designação «agências de comunicação» para as empresas do sector. Transporta-me para territórios anglo-saxónicos estilo “Mad Men” e imagino-me rodeado de ruivas curvilíneas, com um dry martini numa mão enquanto com a outra dou palmadas de agradecimento na assistente preferida do dia sem nunca ser processado. Em suma, nada que esteja sequer remotamente de acordo com a realidade.
Dito isto, vou levar a minha confissão mais longe até ao ponto de vos revelar que gostava de ter escrita, por baixo do meu nome no cartão de visita, apenas a singela palavrinha “Agente”. Estou convicto de que teria tudo a ganhar em termos de glamour e benesses associadas. Quiçá mesmo crédito ilimitado nos casinos.
Já o termo “Consultor”…como direi…é um bocado cinzento. É até uma palavra perigosa porque transmite a ilusão de que ganhamos alguma coisa de jeito. Podem dizer-me que na nossa actividade lidamos com percepções, mas uma dessas é tão difícil de engolir que já me parece ir longe demais.
Seja como for, é igual ao litro. Designemos como designarmos aquilo que fazemos, ninguém com uma vida normal vai perceber o que é essa cena. Há anos e anos que ando nisto e até a minha própria mãe já desistiu (Ela queria era que eu escrevesse um livro com uma dedicatória fofinha a agradecer-lhe ter-me dado a vida, ou fosse advogado numa sociedade de betos como o meu primo Julinho que brincava com bonecas até que um dia…Mas onde é que eu ia…ah!). Também há excepções. De quando em quando, sou surpreendido e surge um cliente ou outro que parece saber mesmo o que esta actividade implica. A esses de bom grado ergueria um pedestal, caso não tivesse nascido incapaz de pegar num martelo sem o tratar como uma foice.
Em suma, o que eu queria dizer mas duvido que tenha conseguido por isso vou resumir de outra forma mais perceptível - desculpem lá qualquer coisinha - é que dizer que se é consultor é um bocado cocó. Só um bocado, mas é.
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