A revista Notícias Magazine do DN/JN publicou este Domingo uma longa reportagem sobre uma das mais recentes tendências da blogosfera: os "mommy blogs". Ou seja, blogues escritos por mães que acham que têm algo de interessante para dizer à Humanidade sobre a sua experiência da maternidade. Alguma razão devem ter, já que as audiências de alguns daqueles blogues mostram que do outro lado do ecrã há muitas "mãezinhas" (e talvez "paizinhos") que estão ávidas desse conhecimento profundo e de ler as experiências que emanam do quotidiano entre a fêmea e as suas crias.
Ao ler os depoimentos das "mamãs" na reportagem da Notícias Magazine dificilmente se retira dali alguma coisa com interesse, mas, por outro lado, nos dias que correm há uma espécie de "febre" comunicacional à volta do tema "maternidade", que tem raízes nos comportamentos obsessivos da maioria dos pais da classe média. A "ditadura" imposta pela criança no meio que a rodeia e a "infantilização" dos próprios pais (temas amplamente abordados por especialistas) leva a que estes se tornem reféns de uma lógica comunicacional que não vai além dos temas das criancinhas. Tudo para lá disso, é um deserto de ideias e de debate.
Estas "mamãs", supostamente de ar moderno e sofisticado, não são mais do que o reflexo dessa forma de estar em sociedade. Certamente que num jantar entre amigos enunciarão sem hesitar qual o mais recente filme da Disney, mas dificilmente saberão qual o último filme do Woody Allen.. A excitação do seu mundo gira à volta das fraldas, das "roupinhas", dos pediatras, das neuróticas corridas às urgências, das extravagantes festas de aniversário para bebés (imagine-se que até há listas de prendas em lojas da especialidade, como se de um casamento tratasse). Estes "mommy blogs" dão eco a essa vivência e parecem ter cada vez mais seguidores. É caso para dizer que na blogosfera, a maternidade se tornou um tema de comunicação e de grande audiência, tal como o sexo ou o futebol.
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