Armando Bo (Jr.), neto do famoso realizador argentino com o mesmo nome, era até há bem pouco tempo um homem da publicidade, habituado, certamente, a uma linguagem mais "orientada para resultados", dentro de rígidos padrões comerciais, na qual a componente artística é, por vezes, sacrificada por outros interesses mais mundanos, mas provavelmente mais lucrativos.
Numa entrevista lia-se que Armando Bo é publicitário de profissão e cineasta de paixão. Percebe-se que a paixão surja com o cinema e não com a publicidade, uma actividade que, apesar da sua (aparente) irreverência, obedece a lógicas empresariais e de marketing, limitidas pela condição humana das gentes que lideram essas estratégias.
Não é por isso de estranhar que um homem como Armando Bo, inspirado por outros valores, encontre no cinema a expressão máxima para a sua arte, procurando a oportunidade para se "libertar" do mundo da publicidade.
"O Último Elvis" é o resultado dessa paixão. Um filme que retrata uma obsessão dramática de alguém que acredita ter sido bafejado por Deus com o dom da voz.
Bem recebido em vários festivais internacionais, como o de Sundance, e considerado um dos melhores filmes do ano de 2012 na América Latina, "O Último Elvis" chegou na semana passada a Portugal, passando quase despercebido, remetido para apenas uma sala (King).
Além da qualidade técnica e artística do filme, "O Último Elvis" é mais um bom exemplo do processo de "passagem" de homens como Armando Bo, ao decidirem "libertar-se" das "amarras" da publicidade para se entregarem à criatividade da Sétima Arte.
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