Depois de conhecida a demissão de Paulo Portas esta Terça-feira à tarde, as televisões deram espaço aos seus comentadores, para poderem "comunicar" as suas teses e doutas opiniões. Daquilo que se pôde ouvir, constatou-se uma ideia transversal a quase todos os comentadores: a urgência de convocar eleições antecipadas.
Esses mesmos comentadores partem do pressuposto que é essa a vontade de todos os portugueses -- ou pelo menos da maioria --, no entanto, não apresentam qualquer dado factual que sustente essa realidade. Na verdade, esses comentadores limitam-se a proferir "estados de alma" sem qualquer sustentação científica.
Porque, sondagens quanto às intenções de voto nos partidos tem havido muitas, mas quanto à "vontade" dos portugueses interromperem a actual legislatura, as empresas de estudos de opinião não têm feito a pergunta certa. E a pergunta seria mais ou menos esta: "Tendo em conta a situação política e económica no País, acha que devem ser convocadas eleições antecipadas?"
Este poleiro acredita que a resposta surpreenderia muitos desses comentadores que, provavelmente, teriam que rever as suas "certezas" quanto às intenções do povo. As pessoas podem estar descontentes com a situação no País e revoltadas com o Governo, mas não são estúpidas nem imprudentes.
Só é possível fazer-se um comentário sério e credível quando se tem uma base minimamente factual, não bastando percepções, que muitas das vezes podem ser ilusórias e enganadoras.
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