Não deixa de ser estranho que as empresas nacionais TMN e Optimus, que tanto alarido têm feito com a recém chegada 4G, e que se assumem como referências internacionais no desenvolvimento das tecnologias móveis, não tenham uma palavra a dizer no processo de implementação daquela rede de quarta geração em Angola, país com o qual deveriam (e tinham obrigação) ter particularidades afinidades.
Ao ler-se este artigo da BBC News percebe-se que quem anda no terreno são os chineses da ZTE que, em parceria com a local Movicel, estão envolvidos num negócio de muitos milhões que também implica fornecimento de "know how" e equipamento.
Não julgue o leitor que este poleiro foi invadido por um qualquer ímpeto neocolonialista. A verdade é que é sempre interessante ver marcas nacionais, que foram criadas à sombra do Estado e durante anos gozaram de uma posição monopolista, como é o caso da PT (depois TMN), a auto vangloriarem-se da sua pseudo "grandeza" e contributo à sociedade, no entanto, depois não revelam capacidades para estarem num palco óbvio de investimento e que tantos benefícios poderia trazer para Portugal.
Ou seja, o que se vê nestas marcas é que apesar dos milhões gastos nas campanhas de marketing para "venderem" a sua tecnologia aos consumidores internos, estas empresas parecem pouco habéis (ou sem capacidade) para investirem num mercado como o angolano, naquilo que seriam estratégias de futuro, assentes na exportação de recursos tecnológicos e humanos, que tanta falta faz neste momento a Portugal.
Com a ressalva de que este poleiro pouco ou nada percebe de negócios, parece que a chegada da rede 4G a Angola poderia ser uma excelente oportunidade para empresas portuguesas (e que se dizem na vanguarda desta nova tecnologia) estarem onde os milhões fluem.
Não estando, a TMN e a Optimus lá vão gastando os seus milhões em anúncios muito giros para anunciar aos portugueses as maravilhas da 4G.
E já agora, também a Vodafone Portugal, que embora tendo características diferentes das duas empresas acima mencionadas, não seria uma excelente plataforma de investimento para Angola? Para uma empresa consolidada em Portugal que se diz pioneira na 4G, e ainda por cima com uma capacidade de investimento que se presume considerável, não seria expectável que ficasse entusiasmada com o mercado angolano?
PS: Se alguma destas empresas estiver envolvida na implementação da rede 4G em Angola, o PiaR terá todo o gosto em comunicar tal facto.
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