Das elites para as massas, a comunicação política democratizou-se na sua elaboração e na sua interpretação. Esta é uma das muitas ideias que o sociólogo italiano Gianpietro Mazzoleni defendeu há dias na conferência Culture of Remix, realizada na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa.
O professor de Comunicação Política na Universidade de Milão, que deu uma interessante entrevista ao jornal i, não tem dúvidas ao afirmar que a “mudança tecnológica permitiu mais democracia na política e na comunicação”.
No entanto, avisa que esta maior acessibilidade à gestão da comunicação esbate a fronteira entre aquilo que é informação e o que é entretenimento. Por isso, o “infotainment” parece ser hoje o princípio que orienta muitos políticos na elaboração das suas estratégias de “Public Relations”.
Para Mazzoleni, esta nova relação de proximidade entre a informação e o entretenimento tem virtudes, mas contém também malefícios.
Por um lado, permite atrair mais pessoas para o consumo e discussão da informação, seja política, institucional ou comercial. Além disso, retira às elites o poder exclusivo de mediação no processo de gestão comunicacional, já que qualquer indivíduo tem ao seu dispor ferramentas que lhe permitem gerir e gerar a sua própria informação.
Mas, por outro lado, a lógica de “infotainment” pode provocar uma desvalorização dos critérios informativos, havendo uma tendência para que políticos, empresários e os emissores de mensagem em geral cedam a versões mais “light” da informação que pretendem comunicar.
Assim, esta tendência desvirtua a informação e retira-lhe características inatas, mas ao mesmo tempo dá-lhe uma roupagem mais atractiva e espectacular para o público de massas.
A “política pop”, de que Mazzoleni fala, é uma resposta dos políticos à necessidade de chegaram ao grande público, nem que para isso comprometam parte do carácter informativo. De resto, uma lógica que não é estranha aos estrategos da comunicação empresarial ou de produto.
Mazzoleni explica ainda que a tentação pela “política pop” pretende dar resposta à “incorporação de muitos cidadãos marginais na política”, que podem agora aceder a esta informação através das novas tecnologias de comunicação.
As realidades da blogosfera, do Twitter, do Facebook, do YouTube são exemplos desses novos canais de comunicação, dessa nova forma de gerir e gerar informação, nos quais o indivíduo ganha um protagonismo inédito. Tudo isto contribui para um “remix entre a política e as novas tecnologias de informação.”
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