O Assessor Morreu. E depois?..
Consultor de Comunicação e Blogger
Nem de propósito, meu caro Rodrigo. Primeiro foi aquele Fernando e agora é este Fernando a analisar a tua entrevista. Uns melgas estes “fernandos”, uns melgas.
PR Interview: E como é o trabalho do assessor de imprensa?
Rodrigo Saraiva: As agências de assessoria de imprensa de Portugal começam a conquistar um espaço que vai além da assessoria, tornando-se agências consultoras, com uma dimensão crítica relevante. Neste contexto, os profissionais trabalham no modelo “dois em um”, ou seja, como assessores e consultores, demonstrando pró-atividade e não se limitando somente ao repasse de informações.
PR Interview: Esta pró-atividade contempla a atuação nos blogs?
Rodrigo Saraiva: Qualquer profissional de comunicação que queira prestar o melhor e mais atual serviço a seus clientes precisa contemplar em suas estratégias os blogs e novas mídias. Isso porque pesquisas indicam que as pessoas passam cada vez mais tempo na Internet, seja para procurar ou compartilhar informação. Qualquer pessoa é hoje em dia um formador de opinião. Em Portugal, temos um interessante fenômeno em que muitos dos colunistas e jornalistas da imprensa escrita tradicional têm presença em blogs e redes sociais.
No início da semana, a convite da Professora Fábia Ortega do ISMAI, fui fazer uma apresentação/palestra sobre “Assessoria de Imprensa” aos finalistas das licenciaturas de Relações Públicas e de Ciências da Comunicação. E o que lhes fui eu dizer? Algo muito simples: informar que o “Assessor de Imprensa” morreu. Uma morte macabra às mãos do universo comunicacional 2.0 que, por sua vez, fez gerar uma nova figura, um rebento chamado Consultor de Comunicação.
Olhemos então para o defunto e façamos a devida autópsia dividindo as eras: a.RS e d.RS.
Antes das Redes Sociais (a.RS):
O Assessor de Imprensa era o profissional responsável por fazer a ponte entre a Instituição/Organização para a qual prestava o seu serviço e os Órgãos de Comunicação Social que a rodeavam.
Preparava os press releases, os comunicados, as notas à imprensa e contactava com os OCS, servindo de intermediário. Não tratava nem tão pouco coordenava as campanhas de publicidade nem a área das chamadas relações públicas.
Depois das Redes Sociais (d.RS):
Tal como os dinossauros, extinguiu-se. Quer dizer, está prestes a extinguir-se. O motivo? O surgimento de uma espécie mais evoluída e adaptada à nova realidade, o Consultor de Comunicação.
O Consultor faz exactamente o mesmo que fazia o Assessor de Imprensa mas acresce a coordenação das campanhas de marketing, a estratégia comunicacional global da organização e a supervisão das chamadas Relações Públicas. Sem esquecer a velha e temível “Gestão de crises” e um domínio dos novos instrumentos de comunicação 2.0
É um verdadeiro “Processo de Comunicação Integrado” ou de comunicação global. O tempo do assessor de imprensa que se limitava a intermediar entre a instituição que representava e os diferentes órgãos de comunicação social e pelo caminho fazia umas jantaradas (fossem no Pabe ou no Pajú) com jornalistas foi chão que deu uvas. E o tempo não volta para trás.
Nos tempos que correm, nesta dRS, dificilmente se concebe a existência de um assessor de imprensa nem tão pouco se pode acreditar que uma só pessoa, sozinha, consiga tocar todos os instrumentos de uma orquestra. Pode existir um, um “special one”, mas é tão raro e tão único que já está tomado. Por isso mesmo, existem as empresas de comunicação, as consultoras, com diferentes equipas especializadas e que podem prestar um verdadeiro serviço completo, chave na mão.
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