O 25 de Abril das redes sociais
por: Virgínia Coutinho
Organizadora do Upload Lisboa
Que a maioria das marcas quer estar nas redes por “ver estar os outros”, não é novidade para ninguém.
Que dessa maioria uma grande parte não contrata agências, porque “o filho do patrão, que ultrapassa a média de horas gastas no Facebook o ensinou a trabalhar com essa ferramenta/meio” também já tínhamos percebido. Há, no entanto, a outra parte que caminha a passos largos para a maioria. Falo das empresas que entregam as suas contas a agências que pouco sabem da área.
A moda de as empresas estarem presentes nas redes sociais criou a moda de as agências passarem a disponibilizar serviços de comunicação online e gestão de redes sociais, mesmo sem terem um conhecimento efectivo sobre o assunto.
Há uns meses fiquei alarmada quando um representante de uma agência, e responsável pela área online, me confidenciou que se queriam posicionar como “líderes de mercado no fornecimento de serviços de comunicação digital para PMEs”. Até aqui tudo bem, não fosse o desconhecimento que demonstrou relativamente às diferenças entre um perfil e uma página, cinco minuto depois de ter revelado a sua visão.
Este episódio serve apenas de prelúdio à análise que gostaria de fazer acerca de uma outra situação.
Na passada segunda feira, o Armando Alves (Fullsix), alguém que muito respeito, lançou uma crítica feroz à forma como a página da Pepsi-Cola estava a ser gerida. O primeiro contacto com a marca (ou com a agência que gere a página da marca) começou com um simples alerta para as irregularidades praticadas por aquela gestão.
De forma a sustentar a sua posição, o Armando exemplificou, através do comentário que deixou na página, algumas consequências das irregularidades cometidas.
Este caso fez-me recordar o post do Paulo Querido no qual denunciava as ilegalidades cometidas pela Vodafone, aquando o lançamento do desafio “Euvoucomavodafone”.
Tanto um caso como o outro podem originar crises nas marcas e nas agências que gerem as páginas (que muito provavelmente perdem a conta!). São inúmeros os casos de utilizadores activos e respeitados nesta área das redes socais em particular que, por um motivo ou por outro, têm demonstrado sua indignação pela má gestão das páginas e pela falta de conhecimentos que ainda existe à volta destas ferramentas.
Não deixa de ser curioso o lançamento do “Someops”, do Fernando Fonseca, que vem tocar no mesmo assunto. O lema “Social Media, no Bullshit” reflecte claramente o objectivo do blog: denunciar as más políticas e campanhas. A Youngnetwork foi um dos primeiros contemplados. (este caso foi ainda abordado com um certo humor pelo Luís Paixão Martins, no Blog Lugares Comuns).
Este tipo de questões faz-me interrogar sobre se estaremos a atravessar uma (tão esperada) fase de mudanças. Será esta uma revolução contra todos aqueles que não sabem o que fazem? Terá esta movimentação a adesão de mais e mais profissionais? E se assim for …quantas agências sobreviverão?
Pessoalmente, espero que estes casos se convertam em aprendizagens e que a gestão da comunicação online em geral e das redes sociais em particular, deixem de ser vistas, tanto pelas agências como pelos clientes, como um trabalho de estagiário!
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