Não, este texto não vai falar de mais uma saga do Star Trek. Vai antes teorizar sobre algo mais terrestre, o Labour’s New Generation. É mais do que um slogan, é o novo paradigma político dos trabalhistas no Reino Unido, depois de terem eleito no mês passado Ed Miliband para líder do partido, derrotando o seu irmão mais velho, David, por apenas um ponto percentual.
A vitória de Ed não deixou de ser vista com alguma surpresa, não tanto pelas ideias subjacentes à sua candidatura, mas pela irreverência da mesma. Os 40 anos de Ed, que é agora líder da oposição daquela que é a democracia mais antiga do mundo num dos sistemas políticos mais fascinantes, fazem dele um “miúdo”.
Mesmo daqui a uma década, Ed terá 50 anos, continuando a ser “novo” para as lides políticas. Se a juventude na alta política ainda continua a ser, na maioria dos casos, um factor negativo, normalmente associada à falta de experiência, o Labour arriscou e decidiu depositar o seu futuro num homem com 40 anos.
Com este gesto de enorme importância, o Labour quer personificar em Ed Miliband um novo paradigma político que vá de encontro às tendências, desafios e anseios das sociedades pós-modernas em constante evolução.
Assim, e tal como foi dito no início, o Labour’s New Generation deverá ser mais do que um slogan. Deverá ser um modelo de sociedade e político de centro esquerda, que sustentará as políticas trabalhistas durante os próximos anos.
Deverá assemelhar-se em tudo à fórmula de sucesso que levou e manteve Tony Blair no poder durante quase três mandatos completos (10 anos). A Terceira Via de Tony Blair não foi apenas um conceito inócuo, mas sim um paradigma ideológico que enquadrou a acção política dos trabalhistas durante anos e que serviu de inspiração a outros Governos.
Blair inspirou-se na obra do sociólogo britânico Anthony Giddens, The Third Way: The Renewal of Social Democracy, publicada apenas um ano após ter chegado a Downing Street, para definir os contornos daquilo que considerava ser um Labour mais adequado aos desafios impostos pela sociedade em plena transição de século.
Tal como Blair, também Miliband terá que encorpar ideologicamente o seu Labour’s New Generation, e para isso terá que se inspirar e fazer doutrina.
Inspirador é, para já, a comunicação do Labour’s New Generation, nomeadamente através do seu site, que se revela uma eficaz ferramenta de comunicação enquadrada na nova abordagem dos trabalhistas à sociedade. Os tons secos de cor de rosa, o grafismo das letras, a forma imaginativa e divertida de como é apresentado o Manifesto de Ed, fazem prever momentos muito interessantes na comunicação política do Labour’s New Generation nos próximos anos.
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