Criar relações que valham a pena
por: Ângela Guedes
Num dos muitos feeds que recebo diariamente, vi um vídeo com Seth Godin há umas semanas atrás sobre social networking. Ao dirigir-se para a sua audiência, Seth Godin dizia que provavelmente muitos dos que estavam naquele auditório seriam seus amigos no Facebook e, no entanto, nunca tinha estabelecido qualquer interacção com a maioria.
Com esta constatação, o autor defendia que não nos devemos deslumbrar com a nossa popularidade na web se depois não tiramos real partido dela na nossa vida profissional. Sem aproveitar essa mais valia, o tempo gasto a actualizar os nossos perfis online pode se tornar mesmo num desperdício de tempo. "Networking is always important when it's real, and it's always a useless distraction when it's fake", defende Seth Godin no vídeo.
De facto, é neste equilíbrio entre o virtual e o real que reside uma das minhas preocupações enquanto profissional. Não se pode contestar a influência que as redes sociais podem exercer sobre a carreira dos utilizadores e, na área da Consultoria de Comunicação, a sua relevância afirma-se de dia para dia. Um Consultor de Comunicação constrói a sua carreira utilizando, em grande parte, a sua reputação e rede de contactos. Acontece que com as redes sociais podemos potenciar ambos como nunca antes foi possível. Os textos que publicamos no blog, os links do Delicious e do Google Reader que partilhamos, os nossos tweets, todos contribuem para a nossa reputação. Dão a conhecer as nossas ideias e opiniões, interesses e conhecimentos sobre determinadas áreas. E as pessoas que seguimos no Twitter, os nossos contactos no Facebook e em outras redes sociais são excelentes fontes de informação e possíveis contactos profissionais.
Com todo este networking ao nosso dispor, não faz sentido termos o nosso espaço online e ignorarmos estas potencialidades de partilha de informação e experiências. Devemos deixar de ser consumidores passivos de informação e começar a comunicar com a nossa audiência.
Um primeiro e simples passo que podemos dar é interagir com os nossos contactos nas redes sociais. Quer seja comentando um tweet ou status no Facebook que achamos interessante, responder a uma dúvida colocada online, dar os parabéns pela fotografia ou texto publicado no Flickr ou no blog. Muitas vezes caímos no comodismo de só o fazer com pessoas que conhecemos na vida real ou com colegas de profissão. Mas a verdade é que nem todos se identificam nas respectivas bios e sem esse primeiro contacto podemos estar a perder a oportunidade de conhecer pessoas bem interessantes, quer a nível pessoal como profissional.
O passo seguinte e o que separa o virtual do real é passar do simples comentário ou do reply para uma relação que valha a pena o tempo investido nela. Como afirma Seth Godin, "Measuring hits to your website, it doesn't translate. What translate is: Are their people out there I’d go out of my way for, and would they go out of their way for me? That's what you need to keep track of. And the way you get there is by going out of your way for them and by earning the privilege of one day have that connection being worthwhile". Ou seja, os números no contador de visitas e os contactos que temos em rede de nada servem se não traduzirmos isso em contactos reais. Temos de interagir com a nossa audiência para podermos ganhar a sua confiança e só assim podemos objectivar criar um relacionamento compensatório para ambas as partes.
P.S.: Li vários textos sobre este vídeo de Seth Godin e muitos partilhavam da opinião que o autor defendia pura e simplesmente que as relações online são perda de tempo. Eu não interpretei as suas palavras dessa forma. Acredito que o que Seth Godin defende é mais ou menos a ideia que procurei transmitir neste texto: as relações online são perda de tempo se (e como dizem os americanos, "that's a big if") não as traduzirmos em relacionamentos reais.
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