Terça-feira, 15 de Setembro de 2015

A ler

Four reasons Jeremy Corbyn needs a Spin Doctor, a ler no The Guardian.

publicado por Alexandre Guerra às 18:32
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Sexta-feira, 12 de Junho de 2015

Incompreensível

Para quem anda nas lides da comunicação política não pode deixar de ficar estupefacto com erros primários que são cometidos por governantes experientes. O mais recente caso envolve Manuel Valls, primeiro-ministro francês, que, após um congresso do PS em Poitiers, apanhou o Falcon do Estado para se deslocar até Berlim para assistir à final da Liga dos Campeões Europeus, num acto classificado como oficial. Até aqui nada de extraordinário, até porque a França se prepara para organizar o Europeu de Futebol no próximo ano.

 

Qual foi então o problema? Não é que Valls decidiu levar dois dos seus filhos no Falcon para assistir também ao jogo... Ora, bastou isto para que a deslocação "oficial" do chefe do Governo francês a Berlim se transformasse num acto privado, de uma ida de um pai ao futebol acompanhado pelos filhos, mas à boleia do jacto do Estado, ou seja, à custa dos contribuintes.

 

Como é possível que hoje em dia um político ainda se sujeite a uma situação destas? É incompreensível, até porque Valls reconheceu de imediato a sensibilidade do assunto e disse que iria pagar do seu bolso a viagem dos seus filhos.

publicado por Alexandre Guerra às 12:32
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Segunda-feira, 23 de Março de 2015

Contra a corrente

"É assim House of Cards, uma grande série de banalidades e excessos.[...] Por isso, é uma série que nos deixa desconfortáveis: leva-nos a gostar das banalidades porque são excessivas e dos excessos porque são banais. Não é que eles nos queiram iludir. Eles o que querem mesmo é levar-nos a gostar precisamente de nos sentirmos iludidos. O engano, a mentira, o oportunismo, a traição e a falta de ética e de decência são tão comuns a todas as personagens que somos 'forçados' a torcer por aqueles que estão mais convenientemente apetrechados para esse mundo em que triunfam os piores. É o contexto."

 

Luís Paixão Martins em artigo de opinião no Diário de Notícias.

publicado por Alexandre Guerra às 11:56
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Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

Um livro obrigatório na comunicação política

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David Axelrod, um dos homens de maior confiança de Barack Obama e um dos principais responsáveis pelo seu sucesso eleitoral em 2008, está prestes a publicar um livro sobre a sua experiência profissional enquanto consultor de comunicação na área da política, onde fez mais de 150 campanhas. Um livro obrigatório para quem trabalha e gosta de comunicação política.

publicado por Alexandre Guerra às 17:52
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Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

Sem "degelo", de pouco serve um aperto de mão para as câmaras

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Será difícil quantificar em palavras o valor desta imagem, mas uma coisa é certa, a fotografia tirada esta Segunda-feira aos líderes do Japão e da China, à margem da cimeira da organização Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), é bem elucidativa da frieza que existe, actualmente, nas relações diplomáticas entre aqueles dois países. Foi a primeira vez, em dois anos, que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o Presidente chinês, Xi Jinping, encetaram negociações formais, mas se o resultado era para ser este, mais valia que os seus assessores não tivessem promovido este "aperto de mão", um gesto que nas relações internacionais serve, normalmente, para transmitir uma mensagem de confiança e de aproximação entre os Estados. Sem um "degelo" efectivo, de pouco serve que os dois governantes tenham posado para as câmaras com um aperto de mão feito por obrigação. Um momento comunicacional sem qualquer ganho e facilmente evitável.

publicado por Alexandre Guerra às 15:30
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Terça-feira, 23 de Setembro de 2014

O "papão"

A tenebrosa influência das agências de comunicação na Política, que tudo podem e conseguem, volta a ser tema de "conversa", desta vez no âmbito de um confronto eleitoral intrapartidário em curso. É tema recorrente, mas o problema é que o debate tarda em evoluir nos seus argumentos e, quase sempre, fica amarrado a ideias preconceituosas e formatadas, veiculadas por alguns comentadores e políticos que, pouco ou nada, sabem da realidade em concreto do trabalho quotidiano das consultoras de comunicação ao serviço dos seus clientes, sejam empresas, instituições públicas ou privadas, organizações nacionais ou internacionais, políticos ou partidos.

 

Mas pior, é que esses mesmos comentadores e políticos, num acto de pouca inteligência e sabedoria, parecem não ter interesse em compreender melhor o trabalho das consultoras de comunicação na área da Política. O que, diga-se, não é de estranhar, já que muitos deles descuram a própria essência da comunicação no seu estado mais natural.

 

Não ficaria nada mal a estes comentadores e políticos (que de tempos a tempos evocam o"papão" das agências de comunicação) informarem-se um pouco sobre o que é a disciplina da comunicação política e qual o papel profissional das empresas de "public relations" nesta área. Já agora, podiam começar por ler os textos escritos por Luís Paixão Martins e Rui Calafate, que falam do assunto com toda a propriedade. São, aliás, dos poucos que o podem fazer em Portugal enquanto "players" neste sector de actividade. 

 

Sobre a intervenção das consultoras de comunicação na Política, nada melhor do que estudar a realidade anglo-saxónica, embora haja outros exemplos que mereçam atenção, nomeadamente, o micro-sistema político de Bruxelas. Além do mais, há muitos manuais e literatura sobre o assunto. É que por mais excitante que seja associar o trabalho das agências de comunicação a parques de estacionamento subterrâneos obscuros, onde protagonistas vestidos de gabardine trocam dossiers secretos, a realidade é bem menos hollywoodesca.

 

Parte do trabalho de comunicação política feito por consultores e agências prende-se com assessoria de imprensa, gestão de redes sociais, produção de conteúdos, elaboração de material gráfico e edição de imagem com a respectiva propagação digital, entre outras coisas que em nada se distinguem daquilo que pode ser uma tradicional comunicação empresarial. Claro está que depois existe todo um espectro de actividade que, quando há "know how" para isso, passará, por exemplo, por aconselhamento estratégico, sondagens, pesquisa, contactos formais e informais...por diante. E se noutros países este é um trabalho altamente valorizado, infelizmente, em Portugal, às vezes contratam-se agências por valores que deveriam envergonhar todo um sector, já que a relação preço/hora ficará pouco mais acima do que aquilo que uma "mulher a dias" cobra (passe o eventual exagero e com todo o respeito por esta digna e necessária actividade).   

 

A questão do valor da actividade da consultoria em comunicação política (tal como noutros sectores) está directamente relacionada com a "importância" que os supostos clientes lhe dão. E aqui, ao contrário do que acontece na lei de mercado e na sua relação entre "oferta" e "procura", a questão coloca-se, mesmo, ao nível da "importância" que lhe é atribuída por um determinado cliente e não tanto ao nível da "procura". Porque, é efectivamente verdade que são cada vez mais os políticos a contratarem agências de comunicação em Portugal, mas isto não significa que valorizem esse serviço e que o vejam do modo profissional que o deviam ver. E aqui, muitos actores da área política em Portugal, ainda não perceberam os custos significativos de uma má comunicação. Não perceberam que numa sociedade cada vez mais exigente, não há espaço para amadorismos. Um político não tem necessariamente de brilhar, não pode é cometer erros. 

 

Um consultor de comunicação não deve ser contratado para fazer milagres, tal como de um treinador de futebol nunca se deve esperar que transforme um jogador mediano num génio da bola. Porém, isso não quer dizer que este mesmo jogador não seja vitorioso nas organizações onde esteja inserido. O mesmo acontece com políticos. Quantos não houve que de carisma tinham pouco, e de genialidade ainda menos, e não foi por isso que deixaram de fazer Política ao mais alto nível. Com trabalho e profissionalismo, pode-se chegar lá. Mas o inverso também pode ser verdade: o talento está lá, mas depois falta todo o apoio profissional para desenvolver e trabalhar esse mesmo talento. Normalmente, isso acaba naquilo que se chama "passar ao lado de uma grande carreira".

 

Os políticos devem perceber que uma má comunicação não acarreta apenas custos políticos, implica também custos para Portugal, que se reflectem na forma como as pessoas percepcionam todo o sistema político e os actos daqueles que as governam.

publicado por Alexandre Guerra às 16:14
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Sexta-feira, 6 de Junho de 2014

Os bastidores de uma campanha à portuguesa observados pelo Observador

Poderá não ser do interesse de todos os consultores de comunicação, e muito menos do grande público, mas é um registo delicioso para todos os que gostam e trabalham em comunicação política, aquele que o Observador dá a conhecer. Dois trabalhos de reportagem de invulgar qualidade para os dias que correm, assinados por Miguel Pinheiro e Gonçalo Bordalo Pinheiro, que retratam os bastidores da campanha das europeias da Aliança Portugal e do PS.

 

PS: O autor deste poleiro confessa que já há algum tempo não lia nada com tanto entusiasmo na imprensa portuguesa.

publicado por Alexandre Guerra às 16:26
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Quarta-feira, 4 de Junho de 2014

A música que os assessores de Ronald Reagan nunca perceberam

  

Faz hoje 30 anos que foi lançado o álbum "Born in the USA", o primeiro grande sucesso comercial de Bruce Springsteen e que o catapultou para um outro nível de notoriedade. Estava-se em plena campanha presidencial e Ronald Reagan preparava a sua reeleição para a Casa Branca, através de um discurso em que apelava aos valores conservadores e republicanos da América. 

 

Com uma icónica capa (fotografia de Annie Leibovitz) e um espírito menos "dark" de que o anterior álbum "Nebraska", rapidamente houve quem visse naquele álbum, e sobretudo na música Born in the USA, uma espécie de ode ao "american way of life" na sua vertente mais tradicionalista.

 

Alguns círculos mais conservadores e membros do próprio staff de Reagan não hesitaram em fazer uma "colagem" dos valores defendidos pelo Presidente à mensagem transmitida pela música. Reagan chegou mesmo a materializar essa estratégia numa declaração pública proferida durante um acção de campanha, em que dava a entender que poderia haver alguma proximidade entre o que o Presidente defendia e aquilo que o "Boss" escreveu nas suas canções.

 

De certa forma, essa ideia resistiu aos tempos e muitas pessoas olham para a música "Born in the USA" como uma espécie de hino patriótico. Mas, efectivamente não é. Não só Bruce Springsteen nunca teve qualquer proximidade a Ronald Reagen, como a letra daquela música está longe de representar aquilo que muitos pensam que representa.   

 

Ainda hoje a BBC News referia-se à música "Born in the USA" com uma das letras pior interpretadas de sempre. E de facto, a música é sobre o regresso de um soldado americano aos EUA após ter estado na guerra do Vietname, e retrata as dificuldades que enfrenta na reintegração na sociedade.

 

Além de todos aqueles que nunca voltaram do Vietname, a música chama a atenção para a forma dramática como os veteranos de guerra regressaram a casa, encontrando um país que parecia não ter lugar para eles. A maioria eram pessoas da classe operária que tinham abandonado os seus trabalhos para integrarem as forças armadas e irem combater numa guerra em nome da sua pátria. No regresso aos EUA apenas encontram desemprego e desespero.

 

Há quem veja esta música como um lamento profundo da crise da classe operária dos EUA, que desde a década de 70 começou a sofrer as consequências da desindustrialização da América, nomeadamente no sector automóvel.

 

O problema de alguns conservadores e dos assessores de Reagan que retiraram leituras desta música é que se agarraram apenas ao refrão do Born in the USA.

 

Walter Mondale, o candidato rival presidencial, ainda tentou aproveitar-se da situação ao atacar Reagan, e afirmando que era ele que contava que o apoio de Bruce Springsteen. Algo que foi de imediato desmentido pelos "public relations" de Bruce.

 

Em Novembro desse ano, Reagan vencia as presidenciais de forma avassaladora para um segundo mandato na Casa Branca.

 

publicado por Alexandre Guerra às 15:32
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Sexta-feira, 30 de Maio de 2014

Ricardo Costa, director do Expresso, vs Ricardo Costa, irmão do político

A "carta a um irmão político" de Ricardo Costa é um documento bonito, emotivo e sincero. É um tipo de registo raro no jornalismo em Portugal. O problema é que a questão não é aquilo que Ricardo Costa agora pensa, sente ou perspectiva, mas, sim, o que a realidade e as contingências da política ditarão nos próximos tempos. E aí, outros sentimentos, dilemas e dúvidas poderão surgir.

 

Muito provavelmente, há de chegar o dia em que Ricardo Costa, o director do Expresso, se irá "confrontar" com o outro Ricardo Costa, o irmão do político. É uma questão interessante e que não é de fácil resolução. Para já, Ricardo Costa materializou aquilo que lhe vai na alma e na razão numa espécie de carta de intenções para com os leitores do Expresso e para com o seu irmão.  

 

Porém, e na modesta opinião deste poleiro, tendo em conta as regras do "jogo" do jornalismo e da comunicação política, o instinto de Ricardo Costa foi certeiro quando se disponibilizou para abandonar o cargo de director do Expresso. Num gesto de compreensível confiança, a administração da Impresa recusou. Assim sendo, logo se verá se as convicções de Ricardo Costa resistirão à truculenta lógica político-partidária portuguesa.

publicado por Alexandre Guerra às 15:01
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Terça-feira, 6 de Maio de 2014

Os euros por detrás da comunicação política das Europeias 2014

Alertado hoje pelo jornal Público, o PiaR ficou a saber que os partidos já apresentaram na Entidade das Contas do Tribunal Constitucional as verbas previstas para a campanha das eleições europeias do dia 25. Das verbas que os partidos pretendem gastar em marketing e em comunicação política, e que podem ser consultadas no site daquela entidade, há algumas particularidades interessantes quanto à sua distribuição nas diferentes rubricas. Por um lado, reflectem novas tendências comunicacionais, mas, por outro, demonstram que os partidos ainda apostam em formatos clássicos para transmitir a sua mensagem.

 

Das contas apresentadas é sem grande surpresa que a CDU se apresenta como o partido com maior orçamento, um milhão e 150 mil euros. O PS pretente gastar apenas menos 10 mil euros. Já a Aliança Portugal (PSD/CDS-PP) estima que sejam gastos 855 mil euros na sua campanha. Com um valor bastante inferior encontra-se o Bloco de Esquerda, tendo previstos 338 mil euros.

 

Ao analisar-se a forma de como os diferentes partidos pensam gerir as respectivas campanhas, chega-se à conclusão que quase todos eles privilegiam o formato clássico do comício. Por exemplo, o PS vai investir 615 mil euros na organização daquele tipo de iniciativas. Também o BE vai gastar quase metade do seu orçamento total em comícios, mais concretamente 150 mil euros. O mesmo valor que a CDU pretende gastar. Já a Aliança Portugal irá investir um pouco mais, quase 200 mil euros.

 

Numa lógica que mistura a habitual abordagem clássica do folheto e afins com as novas realidades digitais, a CDU e a Aliança Portugal vão dirigir parte substancal dos seus orçamentos para "publicidade, comunicação impressa e digital". Os comunistas pretendem gastar 410 mil euros e a Aliança Portugal 300 mil. Aqui, nesta rubrica, seria interessante perceber-se qual a distribuição das verbas, já que "publicidade e comunicação impressa" estão conotadas com uma certa forma obsoleta de fazer campanha, estando o futuro a apontar cada vez mais para a "comunicação digital".

 

Um dos aspectos mais interessantes que se retira da análise aos orçamentos dos partidos é a quase ausência de verbas para outdoors por parte da campanha da Aliança Portugal. Estão apenas destinados 9 mil euros, que é praticamente nada, tendo em conta os avultados investimentos que historicamente sempre se fez (e ainda se faz, embora cada vez menos) neste tipo de suporte. Mas, olhando também para os valores da CDU, constata-se que os comunistas pretendem gastar pouco mais do que 107 mil euros, um valor relativamente baixo quando comparado com o seu orçamento total.

 

Para a rubrica "concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado", a Aliança Portugal dedica uma verba interessante de quase 100 mil euros, um pouco mais do que o PS, que se fica pelos 92 mil euros. Não surpreendendo, a CDU e o Bloco de Esquerda não dedicam qualquer euro a esta rubrica. 

publicado por Alexandre Guerra às 13:54
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Segunda-feira, 5 de Maio de 2014

O Imagens de Campanha de volta ao activo

Estas serão as primeiras Europeias alvo de análise no Imagens de Campanha. O blog sai da hibernação entre actos eleitorais e fica desperto para estas eleições que são aquelas que costumam despertar menos atenção dos eleitores.

Um projecto blogosférico que muito prazer e diversão me dá a desenvolver. Onde informalmente fazemos análises sérias.

Ao longo deste mês é ir visitando em Imagens de Campanha.

publicado por Rodrigo Saraiva às 14:56
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Terça-feira, 22 de Abril de 2014

A maior estrela da comunicação política da actualidade é, imagine-se, um idealista

David Axelrod, um consultor político idealista que sempre se deu bem com candidatos "ingénuos"

 

Foi um dos grandes estrategos não apenas da primeira vitória presidencial de Barack Obama em 2008 (e também em 2012), mas da euforia comunicacional que se gerou à volta daquela que era então a grande esperança para os Estados Unidos e para o mundo. Amigo íntimo de Obama do círculo de Chicago, David Axelrod tornou-se numa estrela mundial da comunicação política.

 

Após ter reeleito Obama em 2012, Axelrod afastou das lides da Casa Branca para se dedicar sobretudo à sua empresa de consultoria, mas sem nunca deixar meter ao serviço do Presidente as suas “skills” comunicacionais. Agora, mais liberto das suas responsabilidades políticas, Axelrod tem aparecido por várias vezes nos meios de comunicação social a fazer a defesa de algumas políticas de Obama. Um trabalho que também tem desenvolvido nas redes sociais.

 

Embora em muitos aspectos seja um profissional da comunicação política como tantos outros, Axelrod tem alguns traços que o diferenciam num sector, por vezes, marcado por algum mimetismo. Sempre se assumiu como um homem de causas, algumas bastante progressistas, e partiu desta sua maneira de pensar e viver para trabalhar, sobretudo, campanhas de políticos afro-americanos nos Estados Unidos. Com bastante sucesso, diga-se.

 

Esta vertente é, aliás, uma das suas imagens de marca. Assim como a abordagem inovadora às novas tecnologias no âmbito da comunicação política. Como alguém escrevia no The Guardian, Axelrod tem mais razões para clamar créditos do que muitos outros.

 

Axelrod é, de certa forma, um idealista político e, talvez por isso, o seu trabalho só seja eficazmente compatível com candidatos dotados de um perfil específico. À luz desta lógica não será de estranhar a tímida experiência comunicacional que Axelrod teve com Mário Monti na campanha para as eleições gerais em Itália do ano passado. Monti pode ser tudo, menos um homem de paixões ou convicções. É sobretudo um académico e tecnocrata sem qualquer chama, aclamado apenas pelos “mercados” e por alguns ministros das Finanças.

 

Já mais sentido para Axelrod poderá fazer a recente contratação do Labour britânico. Soube-se há uns dias que Ed Miliband vai contar com os serviços de homem de Chicago para ajudar na campanha das eleições legislativas de 2015. “Usefully for Miliband, Axelrod has an impressive record with ingenue candidates, having first helped hone Obama as a distinctive post-Clinton era politician, when he ran for the Senate in 2004”, lia-se ainda no The Guardian.

 

Em declarações dadas por Axelrod é evidenciada a sua vertente mais idealista na forma como encara comunicação política, ao justificar a assinatura do contrato pelo facto de ter tido algumas “longas conversas” com Miliband, menos políticas e mais filosóficas, de como se poderá criar modelos económicos sustentáveis para o século XXI, com oportunidades alargadas.

 

Depois da experiência pouco entusiasmante em Itália, vai ser muito interessante acompanhar o trabalho a desenvolver por Axelrod em Inglaterra, um país com uma tradição comunicacional mais próxima da dos Estados Unidos, mas que tem na sua sociedade a matriz civilizacional europeia.  

publicado por Alexandre Guerra às 17:49
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2014

Comunicação política da boa

 David Miliband (Labour), Nick Clegg (Dem. Lib) e David Cameron (Tories)

 

A discussão sobre a Europa está ao rubro no Reino Unido. Aqui, vê-se uma promoção dos Democratas Liberais de Nick Clegg do debate agendado para esta Quarta-feira na BBC2, que o opôs a Nigel Farage (UKIP). 

publicado por Alexandre Guerra às 19:20
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Quarta-feira, 19 de Março de 2014

Os "golden visas" vistos pela BBC News

Se há coisa que não se pode dizer em matéria de comunicação governamental é a de que a medida para a atribuição de "golden visas" tenha tido pouca cobertura mediática em Portugal. No entanto, faltava-lhe ainda o reconhecimento internacional. Ora aí está, a BBC News publicou há horas uma reportagem sobre esta medida. 

publicado por Alexandre Guerra às 10:07
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Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014

Comunicar política através de latas de tinta

O Monumento para o Exército Soviético, no centro de Sófia, Bulgária, foi pintado por artistas no Sábado à noite com as cores da bandeira da Ucrânia. Foi mais um "statement" político em forma de arte naquele monumento.  

 

Em Agosto de 2013, a estátua também já tinha sido pintada, desta vez com o significado da "Bulgária pedir desculpa", referindo-se à invasão da Checoslováquia em 1968. 

 

Também em Agosto do ano passado, as estátuas foram adornadas com adereços semelhantes aos utilizados pelas Pussy Riot, numa homenagem à banda anti-Putin.

 

Em 2011, dois artistas pintaram a estátua com as cores de vários super-heróis, numa alusão à necessidade de se acompanhar a mudança dos tempos. 

 

Fonte BBC News

publicado por Alexandre Guerra às 23:03
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As bolhas

No que diz respeito ao impacto comunicacional na opinião pública dos congressos partidários, Ricardo Costa, director do Expresso e comentador da SIC, observou algo pertinente no Sábado à noite e que hoje reforça num artigo de opinião: "Os congressos são bolhas em qualquer partido. Este não foi excepção."

publicado por Alexandre Guerra às 11:35
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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2014

Esquizofrenia comunicacional?

Estes dois jornais foram publicados hoje.

Ambas as fotos foram tiradas no SISAB Portugal.

O "objecto" das notícias é o mesmo (tema e protagonista).

Eu sei que tenho problemas de leitura, mas parece-me que a mensagem transmitida em cada uma delas é completamente oposta à outra ("disponível para falar" mas "rejeita apelo (...) para um entendimento").

Isto levanta-me algumas questões: Os jornalistas ouviram mal? Foram ditas coisas diferentes em momentos diferentes? Há nuances linguísticas no discurso, perceptíveis apenas a mentes iluminadas? Ou apenas que está disponível para falar, só para poder transmitir directamente que rejeita entendimentos?

Será que é isto que se chama adaptar a mensagem ao público-alvo? (que claramente não sou eu)

Ò dúvidas...

publicado por Telmo Carrapa às 15:46
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Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2014

O "speechwriter" é um elemento fulcral na comunicação dos Presidentes dos EUA

Foto: Pete Souza/The White House

 

O "State of the Union Address" é sempre um dos momentos de comunicação política mais importantes na vida de qualquer Presidente dos Estados Unidos. Cada palavra e mensagem são pensadas cirurgicamente. Ontem, na Sala Oval, Barack Obama via com o seu director de "speechwriting", Cody Keenan, alguns aspectos do discurso que vai ser proferido na próxima Terça-feira.

publicado por Alexandre Guerra às 16:08
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Quinta-feira, 21 de Novembro de 2013

E assim se faz política à séria


Um anúncio que se pode ver esta Quinta-feira no site do New York Times. E assim se faz política à séria.

publicado por Alexandre Guerra às 12:54
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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013

Um programa que é como é e nada mais do que isso

 

Ainda mal tinha terminado a programa da RTP 1, "O País Pergunta", estreado esta Quarta-feira à noite, com Pedro Passos Coelho como primeiro convidado, e já estavam os comentadores do costume preparados para lançar as farpas habituais ao formato do programa e à prestação do primeiro-ministro, sem qualquer distanciamento crítico e analítico que se exige a gente que desempenha este tipo de papel.

 

Ao PiaR interessa apenas a matéria relativa à vertente comunicacional do programa. E aqui, diga-se justamente, apenas Ricardo Costa conseguiu olhar para o programa como ele foi: uma simples conversa entre convidado e público. Não se tratava de uma entrevista clássica nem pretendia ser um espaço tradicional jornalístico ou debate televisivo. E isto foi assumido com uma certa naturalidade e até humildade pelo director do Expresso, reconhecendo inclusive que, entre algumas perguntas menos conseguidas, havia outras colocadas por pessoas "normais" que ele jamais se lembraria.

 

Quanto aos outros comentadores que por aquela hora estavam repartidos pela SIC N, TVI24 e RTPI, foi um triste espectáculo ver o seu pensamento toldado e a sua arrogância sem limites, impossibilitando-os de fazer uma análise objectiva e crítica de um formato que nada tem de inovador nem de nefasto, mas que só agora chegou a Portugal. Trata-se, efectivamente, de um modelo experimentado em várias partes do mundo, nomeadamente nos Estados Unidos, e que cumpre com a função para o qual foi idealizado. Apenas isto e só isto.

 

Quando os próprios comentadores se lançam num ataque voraz e cego ao formato do programa para atingir a prestação do convidado acabam por estar a passar a si próprios um atestado de incompetência.

 

Ainda mais estranho quando se ouve da boca de um desses comentadores, no alto de toda a sua sapiência, que as pessoas do público não tinham feito as perguntas que verdadeiramente interessavam.

 

E parece ser também moda, colocar nestes painéis de análise comentadores orientados ideologicamente, mas que ali aparecem transvestidos de pessoas isentas. Pior ainda, são os próprios jornalistas/moderadores a perderem a noção de imparcialidade e a assumirem um juízo de valor em relação ao objecto de análise. 

publicado por Alexandre Guerra às 00:11
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