Segunda-feira, 28 de Junho de 2010

Word of Mouth - Virgínia Coutinho

 

  

Pior a emenda que o soneto

 

por: Virgínia Coutinho

 

 

Há situações que não precisam de muitas palavras nem explicações e penso que estamos perante uma delas!

 

O anúncio do novo carro da Mitsubishi, o ASX, em que convidava o leitor a “ser amigo da marca” foi alvo de uma polémica de enorme abrangência. Para além de termos um URL que apenas através do Firefox direccionava para a página, temos uma marca que convida para “ser seu amigo”, o que viola os Termos e Condições do Facebook (um perfil deverá ser usado por uma pessoa real e não por uma marca/instituição com fins lucrativos). Acrescenta-se o tom de comunicação usado nas redes sociais, em que a marca é personificada: “Sou o novo Crossover da Mitsubishi”, “Que tal um fim-de-semana comigo e uma estadia para 2 pessoas numa Pousada de Portugal? Quem é amigo!?”, “Mudei de casa! Agora estou aqui (…)”
 
A resposta está, indubitavelmente à altura do primeiro anúncio e pouco há a dizer. A falta de originalidade é evidente e incapacidade de resposta também o é! Uma marca que é alvo das mais acérrimas críticas, responde tarde (julgo ter havido um gap de mais de um mês) e responde mal! As soluções poderiam passar por ironizar a falta de conhecimento evidente na forma de estarem nas redes sociais, por um pedido de desculpa, no entanto a opção passou por silenciosamente trocar os outdoors: o mesmo (mau) mood gráfico, as mensagens corrigidas.
 
Atrevo-me a dizer que estamos perante mais uma marca que resolve estar nas redes sociais por ver estar os outros…

 

publicado por Rodrigo Saraiva às 12:17
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5 comentários:
De Nelson Pimenta a 28 de Junho de 2010
Tendo acompanhado o caso desde o início no blog do Bruno Ribeiro http :/ dissonanciacognitiva.wordpress.com /2010/05/15 mitsubishi-gasta-dinheiro-para-mostrar-que-nao-percebe-o-facebook /) dá para perceber que a marca deve ter tomado algum tipo de iniciativa junto da agência.

Depois da péssima reacção por parte de alguns responsáveis directos, reforçando e ampliando o erro, acho positivo quererem corrigir uma campanha em curso.

Para a história fica o mais flagrante case study moderno de como não actuar nas redes sociais.
De Virgínia Coutinho a 28 de Junho de 2010
Antes de mais tenho de agradecer o feedback... já lá vai o tempo em que as discussões acerca dos posts eram feitas nos blogs onde os encontrávamos (tempos que realmente sinto falta!).

Concordo plenamente que deverá ter havido uma pressão por parte da marca, já que a agência supostamente tinha feito tudo de forma intencional, não teria o porquê de mudar...

Cumprimentos!
De Pedro Garcia a 28 de Junho de 2010
Muito bem visto Virgínia! Sinceramente já tinha passado pelos outdoors mas nunca tinha prestado a devida atenção..falha minha...
Acho que abordas dois temas muito importante...1º o facto da campanha toda ela estar incorrectamente estruturada e o 2º e para mim mais grave é a forma pouco transparente que utilizaram para resolver a situação (mesmo estando ela ainda por resolver). Sou da opinião que uma das razões que deverá levar as marcas a estarem presentes nas redes sociais é o pretenderem estar mais próximos com os seus clientes, fãs..etc..e neste caso acho que será muito complicado alguém confiar na presença online de uma marca que não assume os seus erros e que tenta por baixo do tapete resolver as questões..

A pergunta que deixo é : O que pensam fazer a seguir?

Cumprimentos,
Pedro Garcia
De Filipe Figueiredo a 28 de Junho de 2010
1784!

1784 é o numero de pessoas que dois meses depois gostam da página da Mitsubishi no facebook , não é que o numero de fãs seja o único indicador de sucesso de uma página de fãs, mas os comentário também não são muitos o que revela o fraco sentimento de comunidade em relação a marca. A pobreza de conteúdos é evidente em toda a campanha que não procurou despertar no consumidor nenhum sentimento que motive a associação a marca. Apenas se limitou a utilizar uma palavra já gasta (amigo), no mundo das redes sociais.

Muito dinheiro investido sem qualquer sentido e sem resultados

FFigueiredo
De Virgínia Coutinho a 28 de Junho de 2010
Caro Pedro e Filipe,

Muito obrigada pelo feedback.

Quanto à campanha talvez um dos conceitos que levaram muito à letra foi "estar próximo do cliente", daí criarem uma marca/carro que fala (qualquer coisa como o "Mitsubishi ASX é o novo kit!"). E é normalíssimo que não tenhas reparado antes, pois o mood gráfico assemelha-se em tudo ao primeiro (se calhar era mesmo para a mudança ”passar despercebida”).

Quanto à gestão do facebook, o conteúdo é pobre (e a personificação da marca que fala na primeira pessoa é algo que não consigo mesmo aceitar..:) e penso que o que foi alimentando o (pouco) interesse foram os passatempos... já agora, desses 1784, certamente muitos eram interessados na área que só queriam ver até onde se poderia a marca “enterrar” na sua má estratégia! :)

Cumprimentos!

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